Bahia

Dois inquéritos foram abertos para apurar a morte do agente de saúde “Júnior Boião”; PM é apontado como autor

23/06/2017 - 15h15

Dois inquéritos foram abertos para apurar a morte do agente de saúde medeirense, Sandro Júnior  Muniz (28 anos) mais conhecido como “Júnior Boião”, morto com 5 tiros na madrugada do dia 22 de maio, na cidade de Medeiros Neto, um da Polícia Civil e outro da Polícia Militar que é apurado sob o comando do coronel Marcelo Luiz Brandão Teixeira, comandante do CPR Sul (Comando de Policiamento Regional no Sul e Extremo Sul da Bahia), com sede em Itabuna.

Tanto a Polícia Civil, quanto a Polícia Militar, apontam um policial militar como o autor da morte de “Boião”, mas o fato entra numa encruzilhada quando foi apontado um nome de um policial e é outro o suposto autor.

Depoimentos

Ouvido pelo delegado William Silva Telles que deu início as investigações, um dos tios da vítima que é advogado, disse que embora tenha visto e ouvido o primeiro disparo contra o sobrinho, não pode reconhecer a pessoa apontada por seu outro sobrinho, pois era madrugada e estava sem óculos. No dia em que entrevistamos o delegado William, o sobrinho sobrevivente que é menor disse que só falaria em juízo e na presença de representantes do Ministério Público.

Vários prints de Whatsapp que circula nas redes sociais e visto por esse jornalista aponta um outro policial como autor dos tiros que ceifou a vida de “Boião” e que o apontamento do nome de um policial, se dá possivelmente por conta do comentário da vítima na manhã do dia anterior que teria dito a familiares que tal policial estaria na cidade para matá-lo, e as suspeitas reforçaram em razão do acompanhamento desse policial em cerca de três lugares diferentes durante o domingo anterior a segunda-feira de sua morte.

Embora já haja cópia da oitiva do irmão menor da vítima que fora ouvido em Salvador, até o fechamento da edição não havíamos conseguido ter acesso a mesma.

Acusações

O policial militar Marcone Dourado, integrante de uma guarnição que promoveu uma abordagem horas antes na vítima e no seu irmão e foi acusado publicamente pela família da vítima de ter agredido e provocado hematomas no irmão do rapaz e perpetrado a morte, terminou não figurando mais como acusado do crime contra o agente de saúde. Inclusive foi inocentado pelo irmão da vítima, que reconheceu outros dois policiais como suposto autores da morte do seu irmão e não o PM Dourado que horas antes lhes promovera uma abordagem que culminou num desentendimento seguido de agressão.

Com a identificação dos militares envolvidos no caso, o comandante da 44ª CIPM de Medeiros Neto, major Ivo Leão, encaminhou o caso para que seja apurado sob o comando do coronel Marcelo Luiz Brandão Teixeira, comandante do CPR Sul, objetivando assegurar a imparcialidade dos fatos por meio do Inquérito Militar já instaurado pela PM.

Já o delegado William Telles que responde interinamente pela Polícia Civil de Medeiros Neto, remeteu o inquérito, após os procedimentos iniciais para a delegada Valéria Fonseca, coordenadora da 8ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil em Teixeira de Freitas, para que o caso saia do foco do problema e também seja concluído e defina sobre o indiciamento com total lisura pelo comando da Polícia Judiciária.

   Tanto o Inquérito Militar, quanto o inquérito da Polícia Civil identificam o suposto autor dos tiros que mataram o agente de saúde Júnior Nunes Muniz, e a pessoa que dirigiu o carro preto para o atirador.

Segundo informações colhidas pela reportagem, tanto o inquérito da Polícia Civil, quanto o Militar deve ficar prontos em 10 dias, quando possivelmente serão apontados os nomes dos envolvidos no crime de Júnior Boião.


Jornal Alerta

Edição Bell Kojima/Repórter Coragem


Entenda o caso:



Deixe seu comentário