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A saga do prefeito João Bosco

17/11/2014 - 17h37

FOCO NO PODER

Por Dilvan CoelhoFoco no poder Dilvan

Diga não ao “rouba, mas, faz”!

Mesmo com os escândalos do mensalão Lula foi reeleito, e Dilma, com os da Petrobrás. Os dois escândalos levaram os protagonistas à prisão, mesmo assim, os mandatos dos principais responsáveis foram renovados. Quem renova o mandato de governantes marcados pela corrupção não pode se dar ao luxo de ficar indignado com os altos impostos; com a saúde precária; com as pessoas morrendo nas filas por falta de atendimento; com a escola pública de péssima qualidade; com o filho que ficou sem merenda escolar porque os recursos foram desviados; com o juiz que mandou soltar os criminosos por falta de vaga no sistema carcerário. Quem dá um contrato assinado em branco (o voto) para que os corruptos continuem no poder, não pode se indignar, porque é preciso ter a consciência de que, quem não rouba, faz muito mais.

A saga do prefeito João Bosco

João Bosco, na primeira metade do seu governo, praticamente não teve oposição. Mesmo porque, seu principal adversário, o deputado Timóteo Brito, não fez oposição. Na segunda metade terá alguém que sabe fazer oposição, detém os meios de comunicação e um mandato de deputado federal. Vários tipos de acusações de improbidade têm sido direcionados ao prefeito. O Ministério Público já forneceu denúncias que continuam sem definição do Poder Judiciário. A Câmara de Vereadores abriu a primeira CPI para apurar irregularidades nos contratos das Oscips. As redes sociais, até agora, têm sido a pedra no sapato da administração, com denúncias constantes contra o prefeito. Portanto, a segunda metade do mandato de João Bosco promete ser tumultuada.

A judicialização do mandato

Na Venezuela, os governantes, porque detêm o controle do Poder Judiciário, processam qualquer um que criticar o governo, ou, a pessoa do ditador. Ninguém ousa enfrentá-los porque, certamente, será condenado à prisão, ou, a pagar pesadas multas. No Brasil, a liberdade de expressão ainda não foi cerceada pelo Congresso, apesar das tentativas constantes do governo atual de seguir o exemplo da Venezuela do amigo Hugo Chaves. Em Teixeira de Freitas, o prefeito tomou a atitude de processar quem, a seu juízo, cometer crime de calúnia e difamação. O secretário de Segurança do município, o coronel aposentado, foi mais enfático ao afirmar claramente que quem falar seu nome receberá um processo. Será que em Teixeira eles pensam que detêm o controle do Poder Judiciário também?

Próximo embate entre Valmir x Ronaldo

No Extremo Sul da Bahia foram eleitos três deputados federais, sendo que dois são de Itamaraju: Valmir Assunção e Ronaldo Carletto, ambos são da base aliada do governo, mas sempre foram adversários na sua cidade de origem. Na eleição de 2012, Ronaldo apoiou Pedro da Campineira (PSD) e Valmir apoiou Dalvadisio Lima (PT). Na eleição de prefeito em 2016, certamente, os dois irão novamente se enfrentar. O candidato de Valmir provavelmente será Dalvadisio e o de Ronaldo deverá ser alguém do seu grupo político, talvez, o atual vice-prefeito, Luís Mário, um aliado fiel. Dificilmente Ronaldo colocará alguém da própria família, como fez de outras vezes.

Processo sucessório em Teixeira

A sucessão em Teixeira começou a ser discutida logo após o fechamento das urnas. Paulo Souto, o candidato das oposições, venceu Rui Costa. No segundo turno Dilma venceu Aécio com uma diferença abaixo da média baiana, com apenas 10% de diferença. Os candidatos a deputado do prefeito tiveram um péssimo desempenho nas urnas. Tudo isso tem levado a oposição a buscar o entendimento para enfrentar o prefeito na próxima eleição, visando evitar a sua reeleição. O governo de João Bosco está com uma péssima avaliação, chegando a cerca de 90% de reprovação. Dificilmente, ele irá conseguir se reerguer devido a dois fatores: a crise moral que se abateu sobre seu governo e o fato dele ter voltado as costas para aqueles que mais ajudaram ele na sua vitória. A traição ninguém perdoa e a vingança é prazerosa.


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