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Entrará o crime de Gel Lopes para as estatísticas de crimes sem solução?

27/07/2014 - 18h07
Coluna Pensando com Coragem

Queridos amigos, estamos iniciando mais uma semana, e nesta completa 150 dias, cinco meses da execução sumária do jornalista Jeolino Lopes Xavier, o “Gel Lopes”, de 44 anos. Crime que aconteceu em 27 de fevereiro, na região central de Teixeira de Freitas, e que aos poucos vai entrando para o rol dos casos sem solução acontecidos em Teixeira de Freitas.

O assassinato de Gel Lopes está longe de ser um crime comum, a entrevista dos delegados Marcus Vinícius, Marco Antônio Neves e Kleber Gonçalves, ocorrida em 30 de abril, deixou claro que o crime não está relacionado a maioria dos que acontece na região.

Ao descartar a possibilidade de tráfico de drogas e crime passional, os delegados deixam claro que está ligado ao exercício da sua profissão, ou seja, Gel Lopes foi morto pelo simples fato de ser jornalista.

Está aí mais um motivo para acreditar que o homicídio ficará sem solução, a maioria dos crimes contra jornalistas no Brasil ficam impunes, quando se chega aos autores não há punição, só que na maioria das vezes não tem autoria, neste tipo existe.

Tem crimes contra jornalistas que sequer têm inquérito policial instaurado, como se fosse legalizado pela própria Justiça.

Tivemos crimes na região, como o de Ivan Rocha, que prescreveu sem ao menos instaurar inquérito, o crime de Ronaldo Santana, ocorrido em Eunápolis, chegou aos autores, aos mandantes, mas, não houve punição.

Segundo dados de órgãos oficiais, cerca de 80% dos crimes contra jornalistas ficam impunes; será que jornalistas merecem morrer apenas por terem escolhido esta profissão?

Há dados também de investigações policiais de que a maioria dos crimes contra jornalistas foi executada por policiais; seria a morte de Gel Lopes para esta estática?

O que há por trás do crime de Gel Lopes, que muita gente teme em cobrar justiça?

Quem tinha interesse em silenciar a voz de Gel Lopes?

Por que a voz dele foi silenciada?

Quem Gel Lopes poderia atrapalhar, caso ficasse vivo?

O que estava fazendo na Região Metropolitana de Salvador dias antes de sua morte?

Quem encomendou a morte do jornalista?

Seria este crime uma tentativa de calar a imprensa?

Por que será que nem os órgãos oficiais ligados aos jornalistas cobraram justiça para este caso?

Jotta Mendes é radialista e repórter 


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