LFTF marcou para terça-feira início de campeonato

Os campeonatos municipais de Teixeira de Freitas têm tradição de serem disputados desde 1976, quando a cidade ainda era um pequeno povoado com pouco mais de 18 mil habitantes, no primeiro semestre do ano. Em 1977 chegou a ser disputado em três campos diferentes – do Derba, hoje Tomatão; campo do 13º BPM e campo da antiga serraria Divilan.

Em 1985, após a emancipação política de Teixeira de Freitas, já com o primeiro prefeito e uma cidade em pleno desenvolvimento, principalmente no segmento madeireiro, serrarias e carvoarias, além da pecuária e a agricultura japonesa principalmente, as competições passaram a ter mais organização e apoio, e já eram comandadas por uma Liga bastante atuante.

Em abril de 1987 a Liga de Futebol de Teixeira de Freitas foi fundada oficialmente, e a partir daí foi dado o primeiro passo para as competições receberem mais estrutura. No final do ano seguinte foi realizada a primeira eleição da entidade, Amadeu Ferreira, eleito o primeiro presidente, governou de 1989/1992, realizando oito campeonatos municipais, quatro da Primeira e quatro da Segunda Divisão, sendo estes até hoje lembrados pelos saudosistas devido ao modelo em organização, motivação, estrutura, técnica e rivalidades, além da participação da seleção local pela primeira vez no Campeonato Intermunicipal de seleções amadoras, já que a Liga havia sido filiada a FBF.

Em 1993, já com Delcik Nunes de Almeida (Ataleia) na presidência da Liga, foram realizados os primeiros bingos com o nome da entidade, com isso, entrou um pouco mais de recurso financeiro e a Liga, que na gestão anterior, já era uma entidade independente, pôde realizar também bons e motivados campeonatos e dando continuidade com a participação da seleção local no Intermunicipal.

Em 1996, assumiu a Liga o então presidente capitão Ailton Batista, homem que conduziu a entidade com mão de ferro e muita competência. Os anos se seguiram e a competição continuou sendo uma das mais importantes da região, até aproximadamente o ano 2000, passando pelas gestões também dos presidentes Zilmar Barbosa e Ariston Pinheiro, que também cumpriram mandatos satisfatórios, desta data em diante as competições passaram a ter altos e baixos e jamais foram acreditadas como nas décadas anteriores.

Como radialista, ex-fundador e ex-presidente da instituição, tenho modéstia à parte, autoridade para comentar sobre este evento, pela vivência que tenho e a experiência adquirida ao longo dos anos.

Avalio que a competição não poderia mais ser realizada, neste ano, a data não é propícia em se tratando de futebol amador. Não se trata de criticar evidentemente a direção da instituição, e sim apenas opinar. O mais correto no momento, seria realizar um torneio curto para motivar as equipes, convocar uma seleção para começar trabalhar visando a Copa do Descobrimento 2015 e iniciar os projetos visando os campeonatos para o ano que vêm.

Estamos nos aproximando do final do ano, época de férias, muitos viajam, vem o Natal e as festas de fim de ano, e a competição deverá ser enfadonha, vazia e desmotivada, não relatando os momentos finais do Intermunicipal e campeonato Brasileiro, além do forte calor com a aproximação do verão.

Mas, a direção da Liga é que tem a responsabilidade com as competições. À imprensa, cabe analisar, sugestionar, opinar, contribuir e criticar construtivamente. Fevereiro, março ou abril seriam datas ideais para abrir as competições municipais. Seguindo um calendário racional, a seleção já estaria na Copa do Descobrimento e o campeonato começaria logo em seguida.

Um pouco antes do encerramento dos campeonatos, a seleção voltaria a ser convocada para a disputa do Intermunicipal, e a entidade poderia promover um ou dois campeonatos categorias de base, não seria necessariamente que fossem disputados no estádio poderiam ser em campos alternados.

A direção da Liga, certamente, por inexperiência, não dialogou com quem conhece o que é melhor para o futebol local, e como o mesmo deve ser regido corretamente, e resolveu agir de forma equivocada. Esperamos, no entanto, que a medida dê certo e que não cause mais dificuldades ao nosso tão sofrido e discriminado futebol amador.

A partir de agora, com garantia que a Secretaria de Esporte e Lazer lhe oferecerá todo apoio logístico necessário, é importante que a entidade encontre uma forma de equalizar as datas dos campeonatos locais dentro dos padrões normais. A ideia a ser colocada em prática, mais racional e mais adequada, seria a criação de um calendário do nosso futebol, com a entidade analisando, inclusive, as datas do campeonato de bairros realizado pela rede Sul Bahia de comunicação para o ano vindouro.

Se a LFTF quiser cumprir um mandato agradável e correto para os olhos dos torcedores, da imprensa e da comunidade em geral principalmente, ela terá que se adequar ao calendário da FBF, a não ser que ela não pretenda se desenvolver e realizar o que o torcedor e a imprensa esperam que seja: também disputar os eventos promovidos pela FBF e a própria Copa do Descobrimento, que deverá começar em janeiro, não esquecendo, é claro, do Intermunicipal.

Da redação do Jornal Tribuna do Esporte