Ilhéus

Geraldo Magela, secretário de Saúde de Ilhéus, comprou e não pagou casa de idosa

30/07/2020 - 09h30Por: Neuza Brizola/Bahia Extremosul

Gerado Magela que já foi secretário de saúde em Teixeira de Freitas, Eunápolis, Nova Viçosa e atualmente é dono da pasta na cidade de Ilhéus, teve os seus bens bloqueados pela justiça de Ilhéus em ação movida por uma idosa que o acusa de ter comprado e não pagado uma casa em Olivença. A liminar foi expedida pelo juiz Júlio Gonçalves da Silva Júnior, no dia 13 de julho.

A proprietária do imóvel, Clarice de Cunto, de 73 anos, acusa Magela de ter comprado o imóvel em 2013, no distrito de Olivença e não recebeu parte do valor acordado. A advogada Lara Kauark, que defende a aposentada, relatou ao G1 q que a dívida já está em torno de 140 mil reais.

“Ela morava em uma casa em Olivença. Ele manifestou interesse em comprar, e ela quis vender. Fizeram acordo de compra e venda, foi vendido, mas o valor inicial que ele tinha que pagar, ele não pagou”, falou a advogada.

Segundo ela, o secretário deixou de pagar o valor de R$ 70 mil, referente à entrada da compra. O restante da transação foi financiado.

A advogada relata, entretanto, que a idosa ainda pagou, a pedido do secretário, algumas parcelas do financiamento e outras dívidas dele. Isso porque, de acordo com a Lara, o secretário dizia que precisava quitar essas dívidas para conseguir fazer empréstimos e pagar o valor que devia à idosa.

“O tempo todo ele ficou iludindo ela. Ela chegou a pagar financiamento da casa que ela vendeu”, afirmou.

Com isso, a advogada diz que o valor devido pelo secretário, atualmente, está em torno de R$ 140 mil.

Em 2015, dois anos após a venda da casa, a idosa entrou com ação na Justiça, por danos morais com cobrança. O processo vinha correndo e, na última semana, a Justiça determinou o bloqueio de bens do secretário e de outros réus envolvidos na ação, parentes do secretário, incluindo uma filha cujo nome consta no financiamento do imóvel.

A Justiça ainda determinou a inalienabilidade de um apartamento situado na Rua Amâncio de Oliveira, bairro Zildolândia, em Itabuna, de propriedade de uma das rés; a constituição de gravame [impossibilidade de transferência de propriedade] em eventuais veículos automotores em nome dos réus; e a busca por bens penhoráveis dos acionados.

De acordo com Lara Kauark, Clarice de Cunto atualmente mora em São Paulo e sobrevive de uma aposentadoria de R$ 1, 5 mil.

“Hoje em dia ela teve que escolher entre pagar a moradia ou o plano de saúde”, falou a advogada.

Segundo a advogada, Geraldo Magela continua morando na casa que adquiriu da aposentada. Ela conta que, agora, aguarda a relação de bens do secretário.

“Agora que a gente conseguiu o bloqueio, estamos esperando ver o que ele tem em nome dele, porque pode acontecer dele inclusive não ter nada em nome dele”, falou.


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