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Clima de comoção marca missa de 7º dia de crianças e professora, mortas em ataque à creche em Janaúba

12/10/2017 - 10h01

Padre iniciou a celebração lendo uma carta enviada pelo Vaticano, onde Papa Francisco transmitiu sua consternação às família e amigos das vítimas

Duas missas foram celebradas na noite desta quarta-feira (11) em Janaúba, pelo sétimo dia da morte da professora Heley Batista e de alunos da creche Gente Inocente. Parentes e amigos lotaram a Catedral Sagrado Coração, em Janaúba (MG). Onze pessoas morreram, sendo 9 crianças, a professora Heley Batista, e o vigia do local, que foi o responsável pelo ataque. Damião Soares dos Santos, de 50 anos, trancou as portas da creche, jogou álcool nas crianças e nele mesmo e, em seguida, colocou fogo.

A mãe da professora, Valda Terezinha de Abreu, afirma ter recebido apoio dos amigos para superar a dor de perder uma filha.

“É um milagre, só com Deus mesmo para enfrentar essa dor. Tenho recebido muita força dos amigos e da família para enfrentar este momento. Com fé em Deus vou conseguir criar meus três netos, dois adolescentes e um bebê de 1 ano e dois meses”, disse.

O padre Paulo Marcos, de Nova Porteirinha, levou consolo às famílias e amigos falando da ressurreição e da certeza de que a professora era especial. “Ela era engajada na sociedade, compromissada com as realidades socias, e hoje, no sétimo dia, temos a certeza que ela vive para Deus, em uma realidade diferente, pois a morte é só uma transformaçaõ”, disse o padre.

A professora era casada e deixa três filhos, de 1, 11 e 13 anos. O marido dela, Luis Carlos Batista, disse ter a certeza que sua esposa foi escolhida por Deus para estar ali, e salvar muitas crianças. “Um dia é mais difícil que o outro, pela ausência, pela solidão, pela falta de cada dia. Mas Deus vai nos abençoar para dar prosseguimento ao que nós dois construímos, que é a nossa família. Sei que toda corte celestial agiu naquele dia para que Heley salvasse aquelas crianças. Ela foi escolhida naquele momento, foi designio de Deus”, disse Luis.

Em outra capela da cidade, a população lotou a missa pelas crianças mortas no ataque. A família do menino Juan Pablo, de 4 anos, diz que estar na igreja dá um certo conforto. “Ele era um menino tão bom, tão carinhoso. Dentro de casa a gente não suporta a ausência dele”, disse a avó, Adeuza Rosa da Silva.

Após uma semana do atentado na creche Gente Inocente, 20 pessoas ainda estão internadas em hospitais de Montes Claros, Janaúba e Belo Horizonte; 14 são crianças. No ataque, a professora Heley Batista teve 90% do corpo queimado tentando salvar as crianças. A creche será reconstruída e terá o nome da professora que morreu como heroína.

Fonte: G1


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