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Imagem original da Padroeira foi restaurada após ser quebrada em 200 pedaços em atentado

12/10/2017 - 19h18

Artista plástica brasileira Maria Helena Chartuni foi a responsável por fazer o restauro da imagem em 33 dias. Atentado foi em 1978.

Símbolo nacional da fé católica, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi alvo de um atentado na década de 70 e precisou ser restaurada após ser quebrada em 200 pedaços. Na época, a missão de ‘salvar’ a imagem foi dada para a artista plástica brasileira Maria Helena Chartuni.
“Me disseram ‘precisamos restaurar essa imagem’, mas não falaram em quantos pedaços estava. Aí colocaram lá na minha sala e quando abriram [a caixa com a imagem] eu vi o tamanho do estrago. Senti pânico”, relembra.

Eu disse para Ela: você me colocou em um problema enorme e agora vai me ajudar. E Ela me ajudou muito. Senti muita ajuda espiritual, mas muita.

Foram 33 dias de trabalho ininterrupto e minucioso de Chartuni para restaurar a imagem, que atualmente fica protegida em um nicho blindado a quatro metros do chão no Santuário Nacional, em Aparecida (SP).

A artista plástica relembra que só se deu conta da amplitude do trabalho quando a imagem foi levada de volta ao Santuário Nacional.

Se formou uma fila humana, um corredor humano, de um lado e do outro, de lá da avenida Paulista até Aparecida. Nunca vi tanta gente na minha vida

Nossa Senhora voltou à Aparecida no dia 19 agosto de 1978. Ela foi transportada do vão do Masp até a cidade no interior de São Paulo em um caminhão do Corpo de Bombeiros em um cortejo acompanhado por milhares de fiéis.

“Minha ficha só caiu quando ela foi entregue. Nunca vi tanta gente na minha vida. E não era gente que ia lá de curiosidade. Eram pessoas que quando Ela passava, choravam, se emocionavam. Os caminhoneiros lá da Dutra, que na epoca era só uma pista, paravam no acostamento, ajoelhavam nas cargas lá de cima, rezavam. Aquilo começou a me dar um nó na garganta. Eu nunca imaginava isso”.

Atentado

O atentado aconteceu em 16 de maio de 1978 enquanto a missa das 20h era celebrada na Basílica Velha em Aparecida.

Durante a missa, o jovem Rogério Marcos de Oliveira, de 19 anos, visivelmente transtornado, avançou em direção à Santa no altar. Saltou a uma altura de dois metros até o cofre de ouro com frente de vidro, onde estava a imagem. Na terceira tentativa, ele conseguiu quebrar o vidro e pegar a imagem de Nossa Senhora.

O homem correu até a rua e apesar de ser alcançado por um guarda, conseguiu derrubar Nossa Senhora no chão. A imagem quebrou em centenas de pedaços. O suspeito foi detido e tratado como doente mental.

O restauro foi realizado em 33 dias pela artista plástica que na época trabalhava no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Maria Helena utilizou uma cola com fixação mais rápida e as partes que faltaram foram reconstituídas.

Atualmente, a Santa está em exposição em um nicho de ouro no Santuário Nacional de Aparecida. O local é principal ponto de peregrinação no templo, que é o maior do país.
Fonte: G1

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