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Sequestrador de Thayná responde a 22 processos só no Rio Grande do Sul

13/11/2017 - 17h42

Acusações são de extorsão, estelionato, receptação e ameaças. Ademir Ferreira também tem passagens em Minas Gerais e no Rio

Ademir Lúcio Araújo Ferreira, 55, acusado de sequestrar a menina Thayná Andressa de Jesus Prado, de 12 anos, responde a 22 processos só no Rio Grande do Sul. A informação foi repassada à imprensa na manhã desta segunda-feira (13), durante coletiva na Secretaria de Estado da Segurança Pública. O sequestrador foi preso em Porto Alegre na madrugada de segunda. 

“Ele (Ademir) tem um filho no Rio Grande do Sul e várias passagens por extorsão, receptação e estelionato, além de ameaças. São 22 passagens no Rio Grande do Sul, além de ocorrências em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. O cara é um estelionatário, ele troca de imagem, de perfil”, afirmou o chefe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado José Lopes.

Em um dos processo que responde no sul do país, Ademir e um comparsa exigiram R$ 5 mil de um homem para que ele recebesse de volta o próprio carro, que havia sido roubado em setembro de 2013. O comparsa de Ademir, Alexsandro Soares Rodrigues, foi preso em flagrante ao tentar receber o dinheiro, 14 dias depois do roubo do veículo. Antes de optar por pagar o valor pedido pela dupla, a vítima chegou a receber ameaças de morte por e-mail.

Segundo informações contidas nos sites dos tribunais de Justiça do Espírito Santo e do Rio Grande do Sul, por mais de dois anos a Justiça gaúcha encontrou dificuldades para localizar Ademir. Em maio de 2016, ele foi preso no Espírito Santo, mas dois meses depois foi protocolado pedido de liberdade em função do estado de saúde do acusado. Ademir teve um pedido de prisão domiciliar negado em setembro do mesmo ano, mas em novembro de 2016 ganhou direito a liberdade provisória.

Para permitir que Ademir fosse solto, a Justiça do Rio Grande do Sul levou em consideração um atestado médico que comprovava que o acusado sofria de insuficiência renal crônica em estágio terminal, e que precisava começar o tratamento com hemodiálise.

Em outubro de 2017, por um pedido da Justiça do Rio Grande do Sul, Ademir prestou depoimento no Espírito Santo, por meio de carta precatória, por um dos muitos crimes que responde no sul do país.

CERCO NO SUL DO PAÍS DESTE A ÚLTIMA TERÇA

Policiais civil da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), do Espírito Santo, estavam no Rio Grande do Sul desde a última terça-feira (7) para tentar localizar Ademir.

ESTUPRO DE CRIANÇA ANTES DE SEQUESTRAR THAYNÁ

Ademir é acusado de ter estuprado uma criança de 11 anos três dias antes do desaparecimento de Thayná. Ele utilizou o mesmo carro, um Gol Prata, e abordou a vítima também no mesmo bairro de Viana, região da Grande Vitória.

A menina de 11 anos tinha saído para ir ao supermercado a pedido da família e o suspeito, na rua, ofereceu uma carona, mas logo depois desviou o caminho.

De acordo com o delegado Lorenzo Pazolini, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, o acusado levou a vítima para um galpão em construção.

“Ela foi estuprada. Nós temos a confirmação, nós temos laudo do DML, temos também o reconhecimento de testemunhas. Então não temos dúvida nenhuma da autoria (do crime) porque ele foi reconhecido pela vítima, foi reconhecido por testemunhas presenciais. Ele levou a menina para um local ermo, um local onde está sendo construído um galpão no município de Viana. Aí ele estacionou o carro em um local onde tem uma grande depósito de material e esse depósito forma monte. Atrás desse monte, ele estacionou o veículo – era uma área oculta do restante do terreno”, relata o delegado.

A menina foi abandonada no meio da rua depois do crime e precisou ser hospitalizada. Ela já recebeu alta, segundo o delegado.


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