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Familiares de Gilberto Arueira executado por PMs fazem apelo ao governador Rui Costa

25/06/2015 - 07h00
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Os familiares de Gilberto Arueira, executado por policiais militares no dia 24 de setembro de 2010, estiveram no estúdio da Rede Sul Bahia de Comunicação, durante o programa do radialista Lucas Bocão, cobrando justiça pelo seu assassinato.

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De acordo com o irmão da vítima, Gideilson Arueira, o caso segue há quase 5 anos, sem que nenhuma providência tenha sido tomada.

“Houve todas as audiências, e a promessa que nos fizeram seria que os acusados seriam exonerados e o caso iria a Júri Popular. Passado quase 05 anos, ninguém nunca nos procurou, nem Estado e nem autoridades. Os policiais continuam trabalhando como se nada tivesse acontecido. Eles tiraram a vida de meu irmão, queremos justiça”.

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A esposa de Gilberto fala ainda de toda luta que foi travada pela família para que o caso não ficasse impune.

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“Nós estivemos na época com o governador Jaques Wagner, e o mesmo prometeu nos ajudar. Prometeu ainda a exoneração dos policiais envolvidos no crime, assim que o inquérito fosse concluído. Mas até hoje, convivemos com a dor da perda, meu marido foi morto covardemente. Nosso filho ainda chora a perda do pai. Precisamos de respostas do poder público. Minha filha teve que ir embora, com apenas 16 anos, para poder trabalhar e me ajudar no sustento, pois eu adoeci, tive depressão profunda. Se meu marido estivesse vivo, jamais isso iria acontecer. Chegou uma época que não tinha nem como comprar material escolar para meus filhos”. Declarou a esposa de Gilberto, Marli Rocha.

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A mãe da vítima, Sra. Edite Arueira, 66 anos,  fala da dor que sente, e do sentimento de impunidade que ficou.

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“Perdi meu filho, um rapaz trabalhador, cheio de vida, tinha apenas 9 meses que ele tinha chegado dos Estados Unidos, onde foi buscar um sonho de uma vida melhor e acabou encontrando a morte, de forma tão cruel. Meu marido entrou em depressão, adoeceu e morreu algum tempo depois, de tristeza, pela perda de nosso filho, e  pela dor de não ver os culpados pagando pelo que fizeram. Nossa família foi destruída. Ele deixou dois filhos, hoje uma menina com 17 anos e um menino com 13 anos. Eu quero justiça, quero que os assassinos do meu filho paguem pelo que fizeram”.

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Entenda o caso

O empresário Gilberto Arueira foi assassinado no dia 24 de setembro de 2010, quando foi confundido com um assaltante que cometeu um arrastão em lojas de celulares em Teixeira de Freitas.

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Durante um assalto, um homem invadiu uma loja de celular, prendeu os clientes no banheiro e fugiu em seguida. Entre os clientes, estaria um policial militar da CAEMA.

O policial chamou mais dois militares da CAEMA, que estariam à paisana, e saíram em busca do acusado de ter o assaltado.

No interior da loja Celular & Cia., na avenida Presidente Getúlio Vargas, n.º 3.517, Gilberto foi confundido com o assaltante e teria sido rendido e obrigado a deitar no chão, onde levou 6 disparos de arma de fogo nas costas.

Os acusados do crime, os policiais militares Santo Aparecido Andrade Moreira, Aurélio Sampaio Costa, e Wanderson Ferreira da Silva, integrantes da Companhia de Ações Especiais da Mata Atlântica – Caema, foram pronunciados pelos promotores de Justiça Gilberto Ribeiro de Campos, titular da 1.ª Promotoria de Justiça Criminal, e Graziella Junqueira Pereira, titular da 3.ª Promotoria de Justiça Criminal da comarca de Teixeira de Freitas.

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Os promotores de justiça Gilberto Ribeiro de Campos e Graziella Junqueira Pereira denunciaram os 03 policiais da Caema por crime de homicídio agravado, pelo homicídio do empresário sob domínio, à traição, mediante recurso que dificultou e tornou impossível a defesa da vítima.

Na época do crime uma arma foi encontrada ao lado do corpo da vítima, que simulou como se fosse dele e que tivesse reagido à ação dos militares. O revólver preto, cabo branco, calibre 32, marca Taurus, com 6 cartuchos no tambor, 5 intactos e um deflagrado, foi examinado pela Polícia Técnica e os exames constataram que na arma não possuía resquícios de pólvora. Os exames de pólvora combusta nas mãos de Gilberto também deram negativo, comprovando que Gilberto Arueira não teria feito uso de arma de fogo por no mínimo 72 horas antes da sua morte.

Fonte Opovonews


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