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Dilma e Marina concentram artilharia, enquanto Aécio fica em segundo plano no debate do SBT

01/09/2014 - 20h44
Aécio Neves

A primeira pergunta do terceiro bloco do debate realizado pelo SBT foi guiada pela candidata Dilma Rousseff (PT) e dirigida a Marina Silva (PSB) – como aconteceu na primeira etapa do evento – sobre a importância dada por ela à exploração do pré-sal no programa de governo. Marina respondeu que o seu programa reconhece o pré-sal como riqueza indispensável, mas ressaltou a necessidade de uma exploração e aplicação correta dos seus recursos para setores relevantes como saúde e educação. Ela afirmou que, certamente, dará continuidade à exploração da fonte de energia, mas não pode ter a visão de deixar “a bola parada”. “O mundo inteiro está numa corrida de fonte energia”, segundo Marina, destacando o potencial de energia eólica. A candidata do PSB incluiu o tema Petrobras e afirmou que, no governo do PT, a empresa perdeu seu valor, assumindo promessas de índices de crescimento que não se cumpriram. Dilma Roussef rebateu os comentários declarando que o pré-sal é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro. A candidata petista escapou das polêmicas sobre a Petrobras e disse que, por conta dele, os setores de educação e saúde possuem muito mais qualidade. “Isso só o pré-sal, em termos de riqueza, pode dar ao Brasil”. Segundo ela, não há contradições entre explorações de riquezas no governo do PT e exemplificou com o fato de que o Brasil é o segundo país em exploração de energia eólica.  Marina finalizou a discussão sobre o tema declarando que o pré-sal deve ser explorado para melhorar a vida dos brasileiros, mas é preciso buscar novas formas de riqueza: com tecnologia e inovação. Na outra mão, Marina contra-atacou Dilma ao perguntar o que deu errado durante o governo da petista, além de alegar que esta não cumpriu as suas promessas de campanha. “O que deu certo no meu governo foi que tiramos 32 milhões de pessoas da pobreza e elevamos 46 milhões de pessoas para a classe média”, disse Dilma. A presidente afirmou que não se resolvem os problemas do país sem o apoio do poder legislativo. “Eu apostei na governabilidade, nunca negociei contra os interesses do Brasil. Sem apoio no congresso nacional, não é possível ter um governo bom. Não somos os presidentes que escolhem os bons, mas a população brasileira”, declarou. Marina insistiu que a rival não reconhece os erros do seu governo e que é a favor de uma nova política para o Banco Central, ao que Dilma replicou afirmando que um presidente tem que fazer e explicar de onde sai o dinheiro, não apenas ter frases de efeito.

Dilma no debate do SBT

Luciana Genro (PSOL) disse que o Brasil entrou em recessão e que os programas do PT e do PSDB são muito parecidos, assim como o programa de Marina. “Tu és a segunda via do PSDB?”, perguntou. Em sua resposta, Marina disse que reconhece os ganhos da sociedade, mas que a estabilidade econômica foi “negligenciada” pelo PT. Afirmou que quer recuperar o tripé da economia, mas que a visão simplista prejudica o debate. “Nós temos que parar de ‘fulanizar’ as coisas”, criticou. Para Luciana, contudo, “tem que se escolher lados. Ou se está do lado do capital ou dos trabalhadores”. E alfinetou Marina ao dizer que ela mudou de opinião sobre o casamento de homossexuais que não teria durado “uma hora e quatro tweets do Silas Malafaia”. Em sua tréplica, Marina afirmou que a esquerda do PSOL seria tão dogmática quanto a extrema direita. “Sobre a mudança, foi um erro da equipe. Mas nós defendemos liberdades individuais e vamos combater todas as formas de discriminação”, garantiu. Levy Fidelix (PRTB) perguntou a Aécio Neves (PSDB), que é mineiro como ele, quais seriam suas propostas para mobilidade urbana, citando como opção os monotrilhos. O tucano disse que é responsabilidade do governo investir em mobilidade, mas que, ao longo de dez anos, “demonizou a parceria com os setores privados”. Criticou, ainda, uma relação de metrôs que a propaganda petista disse que seriam entregues mas que ainda não estão prontos. Mesmo assim, avaliou que os monotrilhos não servem para todo o país. Fidelix disse que diversas propostas do PRTB, como desoneração da cesta básica, foram acatadas pelos governos. Para o tucano, o PT “perdeu tempo” ao não aproveitar as Parcerias Público-Privadas, e disse que a falta de investimentos em mobilidade afetou a produção do país. O tucano Aécio questionou a presidente Dilma Rousseff sobre segurança pública e o aumento da criminalidade no país durante o governo, que teria investido pouco no setor. “Acho que você tem memória fraca. O governo federal deu um apoio de 140 milhões de reais para Minas Gerais criar vagas no sistema penitenciário. Nós temos participação em todas as obras do governo federal em Minas Gerais. Acho que o senhor está mal informado. O monotrilho de são Paulo só foi viabilizado porque o governo federal colocou o dinheiro”, alfinetou a presidente. Aécio insistiu que o governo de Dilma sucumbiu à iniciativa privada e que fracassou. “143 bilhões de reais foram colocados à disposição, para que as pessoas tenham transporte seguro e tempo. Tudo feito com recursos federais”, finalizou a presidente.

Eduardo Jorge (PV) perguntou se era verdade que Aécio Neves, assim como o PV, iria baixar a taxa de juros básicos. O ex-governador de Minas Gerais esclareceu que concordou com o diagnóstico que ele faz e defendeu que a retomada do crescimento da economia com taxas de juros decrescentes seria possível dentro de seu governo. “O PT fracassou e 79% da população quer mudança. O que nós temos que fazer é mostrar quais mudanças os partidos representam”, avaliou. Para o verde, contudo, só foram apresentadas teses, mas a única forma dos bancos realmente concorrerem seria necessário diminuir a taxa celic de 11% para 6%. E frisou: “Nós precisamos melhorar as condições de vida dos trabalhadores. Não queremos dinheiro sujo do petróleo”. Para Aécio, Dilma fala de pessimistas mas eles seriam “os 79% que não confiam no governo atual para melhorar a situação”. Segundo o tucano, resgatar a confiança na economia é o primeiro passo para melhorar a economia. Para finalizar o debate, o candidato Pastor Everaldo (PSC) questionou Levy Fidelix (PRTB) acerca da corrupção no país, segundo ele a maior da história. De acordo com este, a corrupção acontece por conta do dinheiro das empresas que financiam as campanhas dos candidatos. “Pra acabar a corrupção só mesmo Deus lá em cima”. Everaldo aproveitou para atacar seus antigos aliados no governo. “Nós vimos muitas pessoas que pertenciam a esse governo na cadeia. nunca se prendeu tanto porque nunca houve como tivemos tanta corrupção”, finalizou.

Fonte Bahia Notícias


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