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João Bosco tenta na Justiça calar Jotta Mendes e Dilvan Coelho

20/11/2014 - 18h06
Joao Bosco e seu advogado na justica1

O senhor João Bosco Bittencourt, que, atualmente, vem ocupando o posto de prefeito do município de Teixeira de Freitas, vem nos últimos dias tentando a todo custo cercear a liberdade de expressão e de imprensa. Isso foi declarado pelo próprio João Bosco, quando, em direito de resposta na Rede Sul Bahia de Comunicação, disse que vai processar quem ousar questionar sua administração.

A ousadia do prefeito contra a liberdade de expressão ficou evidente quando o prefeito, juntamente com o chefe de gabinete Marcílio Goulart e a vereadora Erlita de Freitas, moveu seis processos, sendo três no Juizado Especial Criminal e outros três no Juizado Especial Civil, em razão de um vídeo compartilhado por Dilvan Coelho no grupo “Repórter Coragem” no WhatSaap.

Além de processar Dilvan Coelho, eles processaram Jotta Mendes por ser administrador do grupo. Os processos, que deveriam ter sido em conjunto, foram feitos em separado, como forma de tentar intimidar Dilvan Coelho e Jotta Mendes, além de criar embaraços para a Justiça.

Na primeira audiência, chamada audiência de conciliação ou preliminar, ocorrida na tarde de quarta-feira, 19 de novembro, quando foi concedida a palavra ao senhor João Bosco para que fizesse uma proposta de acordo para que o processo fosse encerrado João Bosco se dirigiu a conciliadora Andressa Raphaella Souza Neves da seguinte forma: “Eu poderia aqui, doutora, propor o seguinte – que o processo fosse encerrado, desde que os dois se comprometessem a não mais fazer qualquer comentário sobre minha pessoa e minha administração, como vejo que isso é inviável, pode prosseguir com o processo”. A proposta de João Bosco deixa claro que seu objetivo é calar Dilvan Coelho, que vem atuando na imprensa com o blog “Foco no Poder”, e Jotta Mendes, que é repórter e administra o site “Repórter Coragem”.

Além disso, fica evidente que em momento algum o prefeito se sentiu ofendido com o vídeo que foi veiculado no grupo de WhatsApp. O processo é apenas uma tentativa de intimidação, já que o grupo é privado, ou seja, apenas as pessoas que fazem parte podem ter acesso ao conteúdo.

Quando a conciliadora abriu a palavra para que Jotta Mendes pudesse se manifestar, ele, a princípio, fez uma pergunta ao prefeito: “Aonde o senhor trabalha, estou a dois anos tentando descobrir e não consigo?”. Em seguida, ele emendou: “Eu topo a proposta do senhor, desde que o senhor renuncie o cargo de prefeito, se estamos acabando com a imagem do senhor, o senhor está acabando com toda cidade”. O prefeito se sentiu ofendido e pediu que a conciliadora constasse na ata da audiência a pergunta “Aonde o prefeito trabalha? Nunca o encontrei trabalhando?”, segundo ele, o repórter poderia ser processado também por ter lhe perguntado isso.

Numa clara evidência de que o prefeito quer se tornar intocável.

Como não houve acordo entre as partes, o processo segue agora para a fase de instrução e julgamento, quando ambas as partes deverão juntar as provas necessárias para que o juiz tome uma decisão.

No entendimento jurídico, o repórter Jotta Mendes deverá ser excluído do processo, uma vez que o mesmo não possui qualquer responsabilidade sobre o vídeo que foi compartilhado por Dilvan, e o referido processo deverá ser arquivado, uma vez que Dilvan Coelho apenas compartilhou algo que já vinha sendo veiculado nas redes sociais, onde o mesmo não tem sequer ideia de quem seja o autor do vídeo.

Inclusive, na audiência, Dilvan Coelho fez uma pergunta à conciliadora: “Se o vídeo já vinha circulando na internet, por que ele processou apenas a mim e Jotta Mendes?”, completando: “Isso fica evidente que o prefeito quer apenas calar a mim e o repórter, haja vista que sou crítico do governo e o repórter tem um site, onde questiona a administração”.

Redação RC


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