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Sombra do crime de Gel Lopes atormenta o governo João Bosco

30/06/2015 - 16h59
Pensando com Coragem novo texto

Olá amigo, estamos de volta com nosso bate papo. Voltamos com a nossa coluna, depois de uma semana sem divulgá-la. Lembrando que começamos há exatos três anos. Esperamos que tudo possa correr bem durante esta semana.

O crime que vitimou Jeolino Lopes Xavier, o “Gel Lopes”. Ocorrido em 27 de fevereiro, de 2014, na Rua da Pituba, esquina com a Rua da Saudade, no Bairro Bela Vista, completou um ano e quatro meses no último dia 27 de junho. E se tornou um dos crimes mais emblemáticos que o extremo sul já viu.

No dia seguinte ao crime, o delegado Marcus Vinicius coordenador da 8ª Coorpin, que estava investigando o crime, chegou a confidenciar a dois repórteres, que o crime estava praticamente esclarecido. Chegando a falar em percentual, na sua ótica, o crime estava 80% esclarecido.

Quando um delegado chega a dizer que um crime está 80% esclarecido, falta apenas alguns detalhes para o seu devido esclarecimento. É o mesmo que dizer que já tem: autoria, motivação, e indícios de quem teria encomendado o crime, no caso de crime a mando.

Faltando apenas prender os autores para que o crime fique devidamente esclarecido. Como neste caso ainda não tinha passado às 24 horas após o crime, período que termina a prisão em flagrante, nem de mandado de prisão precisava para prender os autores do crime.

O crime teria acontecido numa quinta-feira e a fala do delegado na sexta-feira pela manha. Até a noite daquele dia o delegado poderia prender autores e mandantes, sem a necessidade de mandado de prisão.

O delegado teria, inclusive, apontado à suposta motivação do crime a um dossiê feito pela vítima na região metropolitana de Salvador, nos dias que antecederam sua morte. Depois desta fala do delegado veio o fim de semana.

Naquele fatídico fim de semana, que era o período de carnaval, o extremo sul chorava a morte de um dos seus filhos. As ruas de Teixeira de Freitas estavam manchadas de sangue. O medo tomou conta da região e não se comentou outra coisa naquele triste carnaval, que não fosse a morte de Gel Lopes.

Na segunda-feira de carnaval, por volta das 18 horas, o excelentíssimo prefeito de Teixeira de Freitas, João Bosco Bittencourt, foi visto adentrando a sede da 8ª Coorpin. Pouco depois o delegado Marcus Vinicius teria confessado a repórteres que o alcaide municipal teria ido a delegacia depor sobre o crime.

Na noite, do mesmo dia, o Repórter Coragem divulgou, com exclusividade, que o gestor teria ido depor sobre o crime. Na quarta-feira de cinzas, os prepostos da administração municipal chegam a cidade após o período carnavalesco com um único objetivo; tentar desmentir o Repórter Coragem.

Chegaram a emitir uma nota de repúdio que foi divulgado em diversos veículos de imprensa com vínculos formais com a prefeitura. Tais como: o Sulbahianews, que é praticamente o veiculo oficial da PMTF. Onde, inclusive, o dono do Sulbahianews, João Pereira, é funcionário contratado da prefeitura sendo o fotógrafo oficial do prefeito.

A nota de repúdio ao invés de diminuir o crédito do Repórter Coragem, só fez aumentar. Nunca, na história deste país, um veículo de imprensa teria ganhado uma nota de repúdio por divulgar uma matéria jornalística.

Para tentar desmentir o Repórter Coragem a assessoria do prefeito teria dito que o mesmo teria ido a delegacia oferecer ajuda da prefeitura, para que o delegado Marcus Vinicius pudesse esclarecer o crime no menor espaço de tempo possível.

Como perguntar não ofende. Se o prefeito queria ajudar, porque não disponibilizou ao delegado as imagens da praça da Bíblia, ultimo local publico que Gel Lopes teria frequentado minutos antes de ser assassinado?

Porque as referidas imagens só foram entregues na quinta-feira? Isso depois que o secretário de segurança, com cidadania Bartolomeu Correia Calheiros, teria visto as imagens antes de entregá-las ao delegado?

O próprio secretário teria admitido que editou as imagens, e que só entregou ao delegado aquelas que ele achou que pudesse ajudar. Por que o secretário editou as imagens? E quem falou para ele quais imagens serviriam para o delegado?

Depois se o secretário passava o carnaval junto com o prefeito em Guaratiba, como ele fez para ver as imagens?

Porventura teria visto junto com o prefeito?

Por que todos os secretários do governo João Bosco foram levados para passar o carnaval junto com o alcaide em Guaratiba?

Teria o retiro de carnaval do primeiro escalão administrativo de Teixeira de Freitas a finalidade de produzir um múltiplo álibi para todos os secretários e o prefeito?

Quais seriam as imagens que foram editadas pelo secretário?

Por que o lobista Beto Simões, que chegou a ser namorado e financiador da campanha de Erlita de Freitas, sumiu da cidade depois do crime?

Quanto mistério envolve a administração João Bosco e o crime que vitimou o jornalista Gel Lopes.

Ah, a pergunta que não quer calar é: quais as pessoas que possuem foro privilegiado e tiveram mandado de prisão negado pelo Tribunal de Justiça da Bahia suspeitos de participação no crime de Gel Lopes?

Poucas autoridades, no âmbito municipal, possuem foro privilegiado. São elas o prefeito, o presidente da câmara, juízes, promotores e quem tiver patente de coronel.

Bom, pelos fatos elencados acima posso até entender os motivos que fazem a sombra do crime de Gel Lopes atormentar o governo de João Bosco.

Bem, você que esperava a terceira edição da quadrilha de seu João aguarde na próxima semana.

Jotta Mendes é radialista e Repórter


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