Fibria encerra 2017 com Ebitda de R$ 1,981 bilhão, vendas recorde, aumento na produção, queda do custo caixa e nova redução da alavancagem
A Fibria, empresa brasileira e líder mundial na produção de celulose de eucalipto a partir de florestas plantadas, encerrou o quarto trimestre de 2017 com recorde de vendas e queda nos custos, que impulsionaram os resultados financeiros do período. Nos últimos três meses do ano, a companhia vendeu 1,897 milhão de toneladas de celulose, um crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2016. Foi o maior volume já vendido em um só trimestre em toda a história da companhia. Com esse desempenho, 2017 também registrou outro recorde, com 6,212 milhões de toneladas de celulose comercializadas, 13% acima do volume total vendido em 2016.
Os recordes nas vendas foram decorrentes de um mercado aquecido de celulose e dos novos volumes provenientes da segunda linha de produção da Fibria em Três Lagoas (MS), que entrou em operação em agosto do ano passado, antes do prazo e abaixo do orçamento previsto. O desempenho da nova fábrica manteve-se acima do esperado no quarto trimestre do ano, o que explica o forte crescimento de 36% da produção de celulose no período, que foi de 1,659 milhão de toneladas. No acumulado de 2017, a Fibria produziu 5,642 milhões de toneladas de celulose, 12% acima do registrado em 2016. A mais nova fábrica da empresa produziu 559 mil toneladas de celulose em 2017, 17% acima da previsão inicial.
O mercado de celulose em 2017 foi marcado por um desequilíbrio entre oferta e demanda. Do lado da oferta, houve uma redução na disponibilidade de produto em razão de paradas técnicas de produção não programadas e conversões não esperadas de fábricas. Já a demanda seguiu aquecida nas principais regiões ao longo do ano, suportada pelo bom desempenho dos fabricantes de papel, que aumentaram seus volumes de produção a fim de atender uma forte procura por seus produtos, e dos baixos estoques de papel e celulose pelos produtores. Esse cenário possibilitou um ambiente favorável à implementação dos aumentos de preços de celulose ao longo do ano. Somente a Fibria fez 11 reajustes de preços em 2017.
“O ano de 2017 marca uma das mais significativas colheitas da Fibria. Entregamos um projeto de excelência que nos tornou referência mundial no setor. Nossa segunda linha de produção em Três Lagoas (MS) entrou em operação antes do prazo, com o menor investimento dentro da cerca para projetos desse porte e ampliamos nossa competitividade estrutural em custos e nossa presença no mercado global de celulose de fibra curta. Os resultados financeiros neste último trimestre do ano já começaram a refletir a contribuição da nova fábrica na geração de caixa da companhia, que será ainda mais significativa em 2018 com a continuação da evolução da curva de aprendizado da nossa nova linha de produção”, diz o presidente da Fibria, Marcelo Castelli.
O custo caixa de produção da Fibria no quarto trimestre de 2017 foi de R$ 556 por tonelada, 24% inferior na comparação ao mesmo período de 2016 e 9% abaixo do registrado no terceiro trimestre do ano. Trata-se do custo caixa mais baixo obtido pela companhia desde 2014. Na comparação anual, a redução do custo caixa ocorreu em função do menor impacto das paradas programadas para manutenção, menor raio médio, maior venda de energia e diluição de custos fixos proporcionada sobretudo pela evolução da curva de produção da nova fábrica em Três Lagoas. Apenas a nova fábrica de Três Lagoas (MS) foi responsável pela venda de 80 MWh de energia excedente gerada no quatro trimestre de 2017.
A combinação de vendas recorde, preços de celulose em alta, câmbio favorável à exportação e uma redução acentuada de custo de produção levou a geração de caixa da Fibria a um novo patamar. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) ajustado no quarto trimestre de 2017 foi de R$ 1,981 bilhão, um aumento de 146% em comparação com o último trimestre de 2016. Já a margem Ebitda foi de 57% no quarto trimestre de 2017, excluindo as vendas de celulose provenientes do contrato com a Klabin. No mesmo período de 2016, a margem Ebitda havia ficado em 36%.
A Fibria teve lucro líquido de R$ 280 milhões no último trimestre de 2017, revertendo resultado negativo de R$ 92 milhões no mesmo período de 2016. No acumulado do ano, a empresa teve lucro líquido de R$ 1,093 bilhão e fluxo de caixa livre de R$ 2,025 bilhões. Em função do resultado positivo, a administração da companhia irá propor a distribuição de R$ 258 milhões a título de dividendo mínimo obrigatório aos seus acionistas. A deliberação ocorrerá na Assembleia Geral Ordinária programada para o próximo mês de abril.
Em 2017, a Fibria seguiu aproveitando oportunidades de mercado para melhorar ainda mais a qualidade do seu endividamento e reduzir o seu custo. O nível de alavancagem da companhia, expresso na relação entre dívida líquida e Ebitda, em dólar, caiu de 3,30 vezes no último trimestre de 2016 para 2,41 vezes no último trimestre de 2017. A empresa encerrou 2017 com caixa de R$ 6,968 bilhões.
“A Fibria manteve o Grau de Investimento ao longo de todo o ciclo de investimento no projeto Horizonte 2, fruto de sua disciplina financeira. Continuamos com liquidez suficiente para quitar todo o projeto de expansão em Três Lagoas (MS) e também as dívidas que vencem nos próximos anos, sem considerar a geração de caixa da companhia que será beneficiada pela evolução da produção da nova linha em Três Lagoas”, afirma o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Fibria, Guilherme Cavalcanti.
Em novembro, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s confirmou o grau de investimento da Fibria, alterando a perspectiva sobre o rating de negativa para estável. Já a agência Fitch, que também classifica o crédito da companhia em grau de investimento, alterou, no mês seguinte, a perspectiva sobre o rating de estável para positiva. E, pela décima terceira vez consecutiva, as ações da Fibria integram a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3. A companhia também integra o índice Dow Jones de Sustentabilidade Mercados Emergentes (DJSI Emerging Markets) da Bolsa de Valores de Nova York.
Edição Bell Kojima