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Uso de bactéria ‘do bem’ em alimentos reduz níveis de glicose e colesterol, aponta estudo

09/02/2018 - 14h30

Uma pesquisa da Faculdade de Engenharia dos Alimentos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) comprovou que bactérias adicionadas em alimentos podem reduzir os níveis de glicose e colesterol no organismo, além de trazer melhorias no funcionamento do intestino. Os paraprobióticos são benéficos mesmo quando adicionados mortos aos alimentos.

Pesquisadoras do Laboratório de Microbiologia Quantitativa de Alimentos, orientadas pelo professor Anderson Sant’Ana, tiveram sucesso misturando as bactérias “do bem” em suco, pão, macarrão e requeijão.

Elas funcionam de forma semelhante à dos lactobacilos vivos, usados em leites fermentados. Mas, nesse estudo, foram submetidas a alguns processos que comprovam resistência maior e efeito funcional por mais tempo nos alimentos.

“Eu trabalhei com os [paraprobióticos] mortos porque eles podem ser adicionados em alimentos em que eles passam por processos mais drásticos, alta temperatura, pressão. Eu pude ver que o consumo desse macarrão com paraprobiótico provocou redução dos níveis de glicose e colesterol nos ratos quando foi comparado com o grupo controle, o grupo que não consumiu o macarrão com paraprobiótico”, explicou a pesquisadora Caroline Nunes de Almada.

Macarrão com um paraprobiótico reduziu níveis de colesterol e glicose em animais

Além da farinha e do macarrão, as pesquisadoras também testaram os benefícios nos iogurtes. Nessa forma, elas utilizaram micro-organismos vivos. Os animais que consumiram o iogurte com as bactérias também obtiveram resultados para o organismo.

“Mostraram menores níveis de glicose e triglicerídeos e também aumento das bactérias benéficas ao trato gastrointestinal”, apontou a pesquisadora Carine Nunes de Almada, irmã gêmea de Caroline.

No teste citado por Carine, os animais tiveram redução de 10% no nível de glicose e de 34% no de triglicerídeos, além das melhorias no intestino.

Estes micro-organismos benéficos são definidos pela Organização Mundial de Saúde como “organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro”.

Possibilidade de diversificação

Atualmente poucos alimentos utilizam probióticos, uma vez que, até então, encontravam-se dificuldades nas etapas de processamento dos alimentos ou mesmo sua adição em um meio ácido como o suco de laranja, por exemplo.

A partir dos testes, será possível diverisificar o uso, aponta Sant’Ana. Os trabalhos das irmãs foram feitos para seus doutorados e já têm pedido de patente.

“Pensando em alimentos funcionais e num cenário em que a gente vê cada vez mais associação entre a microbiota intestinal e a saúde dos consumidores, as pesquisas constituem uma estratégia de modular a microbiota intestinal para que as pessoas tenham os efeitos benéficos à saúde”, complementa o professor.


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