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Em depoimento à CPI, pastor diz que foi abusado sexualmente na infância; “choro todos os dias pela morte dos meu filhos”

26/05/2018 - 16h12

Em depoimento a CPI dos Maus Tratos a Crianças e Adolescentes, o Pastor George Alves afirmou ao senador Magno Malta, presidente da comissão, que foi abusado sexualmente quando criança. Ele não detalhou quem foi o abusador e se emocionou em alguns momentos.

A declaração foi dada durante a audiência pública da comissão, que é realizada no auditório do Ministério Público do Espírito Santo.

Questionado se esse trauma do passado o levou a cometer este crime, George Alves voltou a se defender:

   “Eu não matei os meus filhos. Eu não fiz nada disso. Jamais abusaria de qualquer pessoa e jamais abusei dos meus filhos“, afirmou.

Em diversos momentos, o pastor negou a autoria do crime, chegando a demonstrar exaltação. Na maior parte do depoimento, ouve atentamente as palavras do senador Magno Malta sem esboçar reações.

O depoimento durou cerca de uma hora.

Segundo o senador, o pastor pode voltar a ser convocado. Magno Malta chegou a falar ao suspeito sobre a quebra do sigilo de dados dele dos últimos cinco anos.

   “Se eu quebrar o seu sigilo de email e de dados dos últimos cinco anos, eu não vou encontrar nada?“, questionou Malta.

   “Não“, respondeu George.

Magno Malta, senador presidente da comissão da CPI dos Maus Tratos

PASTOR NEGOU O CRIME

O pastor George Alves chegou ao auditório do Ministério Público do Estado por volta das 13h50, acompanhado de dois advogados que compõem sua defesa. Antes de começar a ser questionado, o pastor foi informado de seus direitos constitucionais de se recusar a responder qualquer pergunta.

No início do depoimento, o senador Magno Malta, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), começou a fazer perguntas a Pastor George Alves sobre a conversão, início da vida em São Paulo e mudança dele para Linhares.

   “Foi Deus que me mandou vir para cá“, disse George.

Em depoimento, George confirmou que usou drogas antes da conversão e falou histórias sobre a vida.

Em outro momento, Magno Malta exibiu dois vídeos, um falando sobre as crianças, mortas no incêndio, e outro da pregação que George Alves fez na Igreja Batista Paz e Vida, do qual era líder. A pregação foi feita um dia após o incêndio que matou as crianças.

George Alves, acusado de matar irmãos, Joaquim Alves (3 anos), filho, Kauã Butkovsky (6 anos), enteado

CASO

Inicialmente, o pastor George Alves, que estava sozinho em casa com os meninos, disse que eles morreram em um incêndio que atingiu apenas o quarto onde as vítimas dormiam.

Na primeira entrevista à imprensa, ele chorou e disse que tentou salvar as crianças. Mas, segundo a polícia, a versão dele não estava de acordo com os fatos apurados durante as investigações.

CPI

As audiências da CPI do Senado acontecem no prédio do Ministério Público, em Vitória, e está ouvindo envolvidos em casos de maus-tratos e violência contra crianças em crimes que ocorreram no Espírito Santo.

O pastor George Alves foi levado na manhã desta sexta-feira do Presídio de Viana– para o prédio do Ministério Público.

Ele foi levado no mesmo carro que Ademir Lúcio Ferreira, acusado de matar a menina Thayná Prado, e que Diniz Horácio da Silva, que foi preso em flagrante após estuprar uma menina de 12 anos. Os dois já foram ouvidos na CPI durante a manhã.


Edição Bell Kojima/Repórter Coragem


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