7 anos depois, outdoor relembra acidente que matou Moabh e Vivian em Teixeira
Sete anos depois, família divulga outdoor relembrando o acidente que matou Moabh Cristal Félix (29 anos), e Vivian Silva Alves (23 anos), no dia 19 de junho de 2011. Eles foram vítimas de um acidente ocorrido na BA 290, perímetro urbano de Teixeira de Freitas, nas imediações do posto de combustível Canaã.
Moabh e Vivian eram recém-casados e estavam numa moto Titan de cor preta, placa JKJ-5694, quando foram surpreendidos por uma Picape Strada placa NTS-4356 que vinha no sentido contrário. Os veículos se chocaram e o casal morreu no local.
Segundo informações de testemunhas, o motorista da picape, identificado como Rodrigo da Silva Matos, na época com 29 anos, estava em alta velocidade e trafegava sentido Medeiros Neto. Ao passar no quebra-molas, ele perdeu o controle da direção do veículo e invadiu a mão contrária, batendo na moto e em seguida em uma árvore do outro lado da rodovia.
Ainda de acordo com informações, um carro que passava pelo local deu fuga a Rodrigo.
Pouco mais de 40 dias após o acidente, em 5 de agosto, o delegado Charlton Fraga Bortolini, na época titular da Delegacia Circunscricional de Teixeira de Freitas, concluiu e remeteu à Justiça o inquérito que apurou a morte do casal.
Rodrigo foi indiciado por homicídio doloso depois que o delegado entendeu que existiam provas periciais e testemunhas que comprovaram que o motorista estava em alta velocidade e na contramão.
O advogado de defesa, Gean Prates, pediu a reconstituição do acidente, que só aconteceu quase quatro anos após a morte do casal. Na ocasião, familiares das vítimas acharam desnecessária a reconstituição, já que haviam provas e testemunhos que incriminavam o motorista.
Em 2012, o acusado não compareceu a audiência e teve a prisão decretada pelo juiz Argenildo Fernandes e ele foi considerado foragido da justiça, pois os oficiais não teriam lhe encontrado para cumprir o mandado.
A defesa argumentou que Rodrigo, por ser cigano, reside em acampamentos, o que descaracterizava a suposta fuga.
A prisão preventiva de Rodrigo havia sido decretada pelo juiz Argenildo Fernandes mesmo antes da primeira audiência, segundo informou advogado Gean Prates. A prisão já tinha sido pedida há algum tempo pelo delegado Charlton Bortolini, que presidiu o inquérito sobre o acidente e acabou indiciando Rodrigo por homicídio doloso, quando o motorista assume o risco de matar.
No entanto, Gean Prates, em defesa do réu, disse que a decretação anterior foi feita de forma ilegal. Segundo o advogado, a prisão deveria ser requerida pelo Ministério Público, órgão que ofereceu a denúncia e titular da ação, não pelo delegado.
O Ministério Público apresentou a denúncia de homicídio qualificado prescrito no Código Penal através do Decreto-Lei 2.848/40, no entanto, seis anos após o acidente, o réu continua respondendo em liberdade pelo crime de homicídio doloso.
Um junho do ano passado, uma equipe de imprensa local conversou com o Dr. Gean Prates, que em defesa de Rodrigo disse o réu confessou ter colidido com a moto das vítimas, mas negou ter excedido a velocidade e ter feito ultrapassagens perigosas.
Na época, Gean disse que a conclusão do laudo pericial foi equivocada, atendendo à pressão exercida pela mídia e por familiares e amigos, que espalham pelas ruas da cidade outdoors com fotos do casal clamando pela punição do “assassino”.
Na última semana, a mesma equipe de imprensa local tentou contato por telefone com o advogado, que disse não estar mais à frente do caso e afirmou não saber como anda o processo na justiça.
Em um outdoor colocado na avenida Getúlio Vargas, a família relembra o caso com fotos do cerimonial de casamento das vítimas e imagens do acidente.
“Queremos o fim da impunidade no trânsito. Seu filho pode ser a próxima vítima. Pedimos Justiça. Moabh e Vivian”, escreveu a família.
Por Siara Oliveira/Sulbahia News
Edição Bell Kojima/Repórter Coragem