Bahia

Polícia investiga se grávida foi morta por patrões em ritual satânico

20/08/2018 - 17h22

Atyla Arrua Barbosa, vítima

A morte de uma grávida de 20 anso em Mongaguá, no litoral de São Paulo, pode ter acontecido por conta de um pacto satânico dos patrões da jovem com uma seita. A informação é do G1. A polícia encontrou na casa dos principais suspeitos, patrões de Atyla Arrua Barbosa, imagens e altares.

Os dois foram presos na sexta depois de uma tentativa de receber uma indenização de R$ 260 mil do seguro de vida da jovem.

   Atyla foi achada morta em julho, em uma praia, e inicialmente a polícia suspeitou que ela tinha se afogado.

As investigações no entanto avançaram e a polícia começou a perceber que os patrões da jovem caiam em contradição constantemente. Foi descoberto então que a jovem foi morta para que o casal recebesse o seguro de vida dela. Os suspeitos fingiram que eram padrinhos e cuidavam da vítima, que estava morta de 3 meses.

Quando os falsos padrinhos foram tentar resgatar o dinheiro, a polícia foi acionada e prendeu os dois. Agora, os policiais acreditam que o patrão é o pai da criança que Atyla esperava e tramou sua morte. O homem de 47 anos, que não teve o nome divulgado, teria cometido o crime com concordância da mulher, de 41 anos. Eles se diziam padrinhos da vítima e disseram que ela vivia com eles desde janeiro. Para a polícia, o patrão afogou Atyla.

   “Primeiro ela disse ser madrinha da menina e que os pais a haviam abandonado, o que é não é verdade. Ela conversava todos os dias com a mãe. Ela não é madrinha dela também“, diz o delegado Ruy de Matos.

Depois, começaram a surgir indícios de que o casal era ligado a uma seita.

   “As investigações apontam que eles têm relação com uma seita luciferiana, ou seja, eles adoram Lúcifer. Nós pegamos algumas conversas da Atyla com outras pessoas, via WhatsApp, dizendo que ela teria que ofertar dois filhos para a seita, o que nos leva a acreditar que o suspeito era o pai da criança que ela estava gerando“, acrescenta o delegado.

CÁRCERE

Selmair Arruda de Moraes (44 anos), mãe de Atyla, afirma que sua filha foi violentada e vivia mantida em cárcere privado pelos patrões. Ela contou que a filha saiu de casa, em Aparecida de Goiânia, em busca de um emprego. Uma amiga dela soube de uma vaga de trabalho em uma transportadora, no litoral paulista, que era oferecida pelo casal em Itanhém. Eles ofereciam também moradia ao empregado contratado. A mãe diz que não queria que a filha fosse para outro estado, mas ela resolveu viajar em busca de melhorias de vida.

   “Ela ficou muito depressiva e triste depois que a gente perdeu tudo, financeiramente falando. Ela falava: ‘mamãe, eu vou, sim, porque quero ajudar a senhora’.”

A filha conversava constantemente com a mãe pelo telefone e redes sociais. Ela conta que algumas vezes, durante telefonemas, ouvia alguém induzindo a conversa da filha.

   “Não era minha filha ali. Ela estava sendo controlada“, acredita.

Em 2 de julho, um dia antes do suposto afogamento da filha, a mãe não conseguiu mais falar com ela. Sem conseguir contato, ela pediu dinheiro emprestado para viajar até Itanhaém, onde chegou em 24 de julho.

   “Fui à delegacia, dei o nome do casal e puxaram vários papéis. Quando falei da minha filha, surgiu uma foto na tela do delegado. Quinze minutos depois, disseram-me que ela estava morta“, conta.

Foi quando a mãe negou a informação de que os patrões eram padrinhos da filha e disse que não os conhecia.

Depois, a polícia achou na casa dos dois documentos sobre o seguro de vida, o que teria motivado a morte.

   “Tudo indica que a minha filha era violentada sexualmente por ele. Ela era mantida em cárcere privado. Foi comprovado que nenhum vizinho próximo a via na rua. A gravidez é certeza, sim, e vão fazer exame de DNA  para ver se era mesmo dele, mas a polícia me disse que ele mesmo já se entregou“, afirma.


Edição Bell Kojima/Repórter Coragem

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