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Caso Arueira: policial é condenado a 16 anos de prisão e dois são absolvidos
Um policial militar foi condenado a 16 anos e 6 meses de prisão, em um júri que durou cerca de 15 horas, por matar um comerciante ao confundi-lo com um assaltante. O julgamento, que começou às 8h30 e terminou por volta das 23h30, foi realizado na quinta-feira, 6 de junho, em Teixeira de Freitas. A decisão cabe recurso.
Três policiais foram julgados por participação no crime que ocorreu em setembro de 2010, também em Teixeira de Freitas. Aurélio Sampaio Costa e Santo Andrade Moreira, foram absolvidos e Wanderson Ferreira da Silva, foi condenado.
Conforme descrito na decisão, a vítima, identificada como, Gilberto Arueira, na época com 40 anos, estava em uma loja de celulares, quando foi surpreendido pelos PMs e baleado.
“O policial, Wanderson, foi assaltado e ligou para outros dois colegas para ajudá-lo nas buscas do assaltante. Quando ele [Wanderson] viu, Gilberto [a vítima], dentro da loja de celulares, ele apontou o homem como assaltante. Daí houve os disparos que atingiram, Gilberto. Ele [a vítima] tinha acabado de entrar na loja para consertar um celular e morreu“, relembrou o advogado da família da vítima, Gean Prates.
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Gilberto Arueira, vítima
De acordo com Gean, a absolvição dos outros PMs foi uma surpresa para a defesa e ele vai recorrer da decisão.
“Ele [Wanderson] insistiu em dizer que, Gilberto, o assaltou. Os outros receberam a indicação de quem era o suposto assaltante“, explicou, Prates.
Durante a manhã, oito testemunhas foram ouvidas pela defesa e também pela acusação. O promotor, Gilberto Campos, diz que o Ministério Público não tem dúvida que o comerciante foi executado.
A cena do crime foi um ponto muito questionado às testemunhas. Segundo o promotor, a acusação percebeu através de fotografias que houve uma modificação no local.
“Houve uma mudança extrema. A vítima foi morta de barriga para baixo e no entra e sai de policiais, viraram o corpo de barriga para cima, plantaram uma arma de fogo que não existia“, disse o promotor.
Os policiais acusados do crime começaram a ser ouvidos à tarde. O advogado de defesa dos PMs, Bruno Bahia, não quis gravar entrevista, nem falou sobre a linha que seria trabalhada para defender os acusados. Ele disse apenas que se houve uma modificação na cena do crime não foi feita pelos PMs.
Edição: Bell Kojima