prematura
Recém-nascido morre após ser atendido no hospital e família denuncia negligência
Um casal que mora em Eunápolis, no extremo sul da Bahia, está desesperado após a morte do filho, que ocorreu no último domingo (28), dois dias após o nascimento da criança. Um dia após alta médica, o bebê começou a ficar com o corpo roxo e foi levado para o Hospital Regional de Eunápolis, onde nasceu.
Segundo Scarlat Soares de Oliveira, o recém-nascido, que se chamava Lorenzo, foi atendido, primeiro, por um médica clínica, que indicou massagens. “Ela falou: ‘mãezinha, isso é normal, todo recém-nascido passa por isso, é só fazer massagem no peito dele'”, contou a mãe do bebê.
No entanto, o estado de saúde de Lorenzo era grave e ele precisou ser entubado, no mesmo dia em que chegou ao hospital, no sábado (27). O menino morreu na tarde seguinte. “Falaram que ele engoliu placenta e líquido amniótico. O que ele engoliu generalizou no corpo dele, ficou preso no pulmão e na barriga”, contou a Scarlat.
A mãe de Lorenzo contou que o parto foi normal, acompanhado por uma enfermeira obstétrica, na sexta-feira (26). A mulher reclamou que não tinha médico presente no momento do nascimento do filho.
“Quando ele [Lorenzo] saiu, ninguém mexeu nele para limpar, aspirar o nariz, nem a boquinha, só enrolaram ele e jogaram em cima de mim, sujo. Nenhuma médica olhou o Lorenzo, deixaram o Lorenzo sujo, em cima de mim”, reclamou Scarlat.
De acordo com a família, o atestado de óbito de Lorenzo apresentou as causas da morte como broncoaspiração, pneumonia e insuficiência respiratória.
“Isso é negligência médica, mataram meu neto, levou meu neto embora, levaram o sonho da nossa vida embora, eu vim com tanta vontade de beijar e abraçar, e o hospital mata meu neto”, disse a avó do menino, Maria da Penha Soares.
“Ele faleceu por não ter tido atenção médica, enfermeiro não é médico. Eu quero falar com eles para terem mais compaixão e amor pela profissão que dizem que tanto amam. A enfermeira tinha que ter chamado uma médica, estão perdendo vidas”, disse a mãe do menino.
A direção do Hospital Regional de Eunápolis nega as denúncias e disse que o recém-nascido foi analisado por uma pediatra na hora do parto e por outro especialista no momento em que recebeu alta. Ainda segundo a unidade, os médicos relataram que o líquido que Lorenzo aspirou não foi resto de parto.
“Dentro do que a gente conhece na medicina é impossível ele apresentar sintomas 24 horas depois de ter aspirado. Alguns bebês têm dificuldades de deglutir leite materno, o leite pode ter ido para o pulmão ou ele pode ter aspirado vômito”, disse a diretora administrativa do hospital, Valéria Carvalho.
Os pais de Lorenzo registraram um boletim de ocorrência na delegacia de Eunápolis, que investiga o caso.
Fonte G1 Bahia