Val da Sucata nega ser mandante do crime; assassino conta detalhes envolvendo empresário
Nossa equipe de reportagem ficou até o fim da noite desta sexta-feira, 10 de julho, na Delegacia Territorial de Teixeira de Freitas, buscando informações sobre o feminicídio de Nayele Alves Ribeiro, 31 anos, proprietária de um ferro velho no Bairro Monte Castelo. O crime repercutiu muito na cidade, logo após a prisão do executor, que de imediato, apontou o esposo da Nayele, o Rosival Moreira Macieira, 57 anos, mais conhecido como “Val da Sucata”.
Nossa equipe de reportagem conseguiu entrevistar o executor do crime, que a princípio deu o nome de Leandro de Souza Oliveira. O acusado disse que foi contratado pelo esposo da vítima, e que o “Val da Sucata” lhe confessou que estava angustiado, pois, desconfiava que estava sendo traído. O atirador confessou ainda que tanto a arma, quanto a moto utilizada no crime foram fornecidas pelo mandante. O acusado foi identificado posteriormente, como Adriano de Oliveira Carvalho.
Nossa equipe de reportagem não conseguiu falar com o Rosival, mas, segundo apurou nossa equipe de reportagem, o Val da Sucata negou sua participação no crime, alegando que vivia bem com sua esposa e que não teria motivo para matá-la. O Val teria dito à polícia, que não conhece o Adriano, e que não sabe o motivo dele ter lhe acusado de ser o mandante deste crime. Ele nega ter sido o mandante, e de ter fornecido a arma e a moto para o assassino.
O Val assumiu ter três armas, sendo uma espingarda calibre 28, uma arma calibre 12 e uma pistola calibre 380, recém-adquiridas, sendo as últimas registradas e que estão em sua casa. O Val disse que a sua esposa fazia parte do Clube de Tiros de Medeiros Neto, e que estava providenciando a inscrição dele para que também participasse. No momento do crime, ele disse que estava cortando o cabelo, e que ficou sabendo que sua esposa teria sido vítima de um assalto, e que foi baleada.
Em relação ao que disse à polícia, nossa equipe de reportagem apurou que o Adriano deu detalhes de como foi contratado pelo Val. Ele disse que estava andando nas proximidades do Shopping Pátio Mix, e que encontrou o Val comendo um lanche, sob efeito de bebida alcoólica e reclamando da vida, e disse que estava suspeitando que estava levando galha. O Val lhe deu o restante do lanche e lhe perguntou se ele teria coragem de dar um susto na mulher dele, que ele receberia a quantia de R$ 1.200.
Assim, eles combinaram tudo, e no dia seguinte, o Val teria dado o revólver e a motocicleta, informando que o pagamento seria efetuado em uma casa próximo ao Cemitério, após a conclusão do crime. Ainda segundo o Adriano, o Val lhe orientou que ele simulasse um assalto, e deu detalhes de como proceder. Assim, ele o fez. Chegou no local, com uma sacola de latinha e disse que queria pesar e vender. A vítima (Nayele) o recebeu, pesou as latinhas, e ele “anunciou o assalto”.
Na sequência, ele atirou duas vezes contra a vítima, e tentou fugir com a moto, mas, a motocicleta não funcionou e ele fugiu correndo. O acusado disse que assim que viu os militares, ele dispensou uma mochila e a arma, e se entregou. O acusado (Adriano) disse ainda que foi a primeira vez que ele foi preso e processado, e que é morador de Porto Seguro, e estava na cidade procurando emprego. O executor e o mandante foram indiciados com base no artigo 121 do Código Penal, e se encontram à disposição da Justiça.