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Secretaria de Meio Ambiente retoma programa de monitoramento das tartarugas marinhas em Mucuri

02/09/2021 - 16h00

A Prefeitura de Mucuri, através da SEMAM – Secretaria Municipal de Meio Ambiente, iniciou na madrugada desta quarta-feira, dia 1º de setembro, um dos trabalhos mais importantes da área ambiental no município, que é o monitoramento das tartarugas marinhas. Para realização do trabalho em toda extensão da orla marítima, tanto na costa norte quanto na costa sul, estão sendo empregados quatro profissionais na supervisão.


Da sede de Mucuri, até a divisa com o município de Nova Viçosa, uma área de 14 quilômetros de extensão, o monitoramento, que começa durante a madrugada e se estende até o meio da manhã, as ações são desenvolvidas pelo biólogo Sandro Akhenaton Sulz Barros Barbosa e pelo fiscal de preservação ambiental Wagner de Matos Koch, enquanto da foz do rio Mucuri até a praia do Riacho Doce, na divisa com o Espírito Santo, área com 31 quilômetros de extensão, o trabalho está a cargo de Florismundo Borges e Adão Oliveira, servidores que são moradores da região do balneário de Costa Dourada.


A época de desova é regida principalmente pela temperatura, ocorrendo nos períodos mais quentes do ano. No litoral brasileiro, acontece entre setembro e março, com variação entre as espécies. “No caso de Mucuri, especialmente no perímetro urbano, o monitoramento precisa ser ainda mais cuidadoso, pois a erosão costeira, que infelizmente atinge nossa orla, pode afetar os ninhos e descobrir os ovos. Se isso acontecer, já temos em preparação um espaço para remoção imediata”, informa o secretário Municipal de Meio Ambiente, Ronildo Brito.

Desova

O município de Mucuri vai receber neste período inicial da desova um técnico do projeto Tamar que está atuando no município de Caravelas, que fará a atualização das técnicas de monitoramento, aplicadas em todo o território nacional.

Ameaças

Todas às cinco espécies de tartarugas marinhas que vivem ou se aproximam para desovar, se alimentar ou descansar no litoral brasileiro estão em risco de extinção. São elas a cabeçuda, de pente, a verde, a oliva e a de couro, também conhecida como gigante. Essas são encontradas em todos os oceanos do mundo. E existem mais duas espécies, a kempi, na região do Golfo do México, e a flatback, na Austrália.

A boa notícia é que a situação tem melhorado, segundo a bióloga do Projeto Tamar, Suami Macedo. “Nesses quase 30 anos de trabalho do Tamar, começamos agora a comemorar alguns sinais de recuperação graças à conscientização principalmente dos pescadores”, explica. Com a atuação da ONG, houve um aumento gradual do número de filhotes liberados ao mar, totalizando, até 2007, mais de 8 milhões. Mais uma boa novidade: cerca de 70% dos ninhos permanecem in situ, ou seja, são mantidos nos locais originais de postura.

Uma das principais ameaças contra a vida das tartarugas marinhas são as redes de pesca, pois quando se enroscam nelas, não conseguem subir à superfície para respirar. Acabam morrendo sem ar. Outros grandes problemas que as tartarugas enfrentam no litoral brasileiro é a ingestão de lixo, que provoca doenças, o sufocamento por sacolas de plástico jogadas no mar. “Neste período de desova, se encontrarmos redes armadas, principalmente na praia, vamos realizar a apreensão”, alerta o secretário Ronildo Brito.

Curiosidade

Uma curiosidade em relação às tartarugas marinhas é que sua origem foi na terra. Seu habitat virou marinho há 180 milhões de anos, e para isso elas sofreram adaptações como a diminuição no número de vértebras e ganharam uma carapaça resistente, no entanto, mais leve que a das espécies de terra. Os dentes deixaram de existir e, em seu lugar, a tartaruga marinha ganhou um bico, e suas patas viraram nadadeiras. Elas vivem cerca de 100 anos e as fêmeas sempre botam ovos na praia onde também nasceram, mesmo que para isso elas precisem se deslocar 2.000 km.


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