O recado das ruas
O grito de guerra
Em todo o país a população acatou o apelo das redes sociais e foi para a rua ajudar mudar o Brasil. A partir de agora o povo descobriu a força que tem quando se mobiliza e passa a cobrar dos governantes uma melhor qualidade de vida, reivindicando seus direitos. A grande imprensa perdeu a força de manipulação porque os brasileiros estão sendo tirados de casa para colocarem os governantes de encontro à parede. O Brasil acordou do berço esplendido e “verás que um filho teu não foge à luta”.
A vitória foi fácil
Essa vitória fácil vai estimular os jovens a continuarem nas ruas. Isso porque pela primeira vez na história do Brasil a população conseguiu em tempo recorde obrigar os governos reverem suas prioridades. Nas duas principais cidades, os prefeitos que pareciam inflexíveis na mudança das tarifas, recuaram e revogaram os reajustes. Uma semana de protestos foi suficiente, mesmo porque em outras capitais e cidades médias a decisão já havia sido tomada. Foi um exemplo de democracia direta, as ruas impuseram aos poderosos sua agenda.Parte superior do formulário
Mobilização em Teixeira
Ocorreu na noite do dia 19 de junho, percorrendo as principais ruas da cidade. Mais de 5.000 pessoas de todas as idades marcaram presença, mas, os jovens dominaram a sena, gritando palavras de ordem com faixas e cartazes cobrando do poder público os seus direitos. Um dos pontos altos do movimento foi a participação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção Teixeira de Freitas, portando uma faixa com os seguintes dizeres: QUEREMOS SERVIÇOS PÚBLICOS DIGNOS SEM CORRUPÇÃO E UMA JUSTIÇA RÁPIDA E EFICIENTE.
Boicote à Copa
Um vídeo produzido pela brasileira Carla Dauden, que vive nos Estados Unidos, pedindo o boicote à Copa do Mundo, espalhou-se pela internet. Ela argumenta que o Brasil sem hospitais e sem educação de qualidade não deveria gastar R$ 30 bilhões com o evento. Esclarece que o dinheiro gasto na construção de grandes arenas de futebol deveria ser destinado a outras prioridades para o país, afirma que a maior parte da receita da Copa irá para a Fifa e que, além disso, a festa é para pouquíssima gente. “Não precisamos de estádios, precisamos de educação”, diz ela.
É a volta do monstro?
O cantor Gilberto Gil comentou em entrevista ao “O Globo” as manifestações que tomaram as ruas do Brasil há uma semana e resultaram na redução da tarifa do transporte público em duas das principais cidades do país. O cantor, que é da nossa geração, sentiu na pele o regime da ditadura militar e chegou a ficar exilado em Londres de 1969 a 1972. Fui contemporâneo de Gil, na época do golpe militar, em março de 1964. Estudei no tradicional Colégio da Bahia até 1963 e entrei na Escola de Engenharia em 1965. Em ambas as instituições o movimento estudantil era muito forte. Participamos de memoráveis passeatas combatendo a ditadura como estudantes universitários.
O recado das ruas
O recado que está vindo das ruas é para todos os políticos, indiscriminadamente, quer quem exerce o Poder Executivo ou Legislativo. O deputado Leur Lomanto Jr. se manifestou na Assembleia Legislativa sobre a onda de manifestação popular que tomou as ruas das maiores cidades brasileiras, em busca de transporte público de qualidade e mais barato, além da melhoria da saúde, na educação e na segurança. Para o peemedebista, o movimento dos jovens serve para motivar a classe política a repensar a postura e os ideais de como contribuir para uma sociedade melhor.
180 dias de governo
Em todos os municípios brasileiros, os prefeitos estão completando 180 dias de governo. Os que foram reeleitos tiveram seus mandatos aprovado pela população, no entanto, os que foram eleitos pela primeira vez já tiveram tempo suficiente para mostrar a que vieram. Alguns deram choque de gestão elegendo prioridades e fazendo acontecer, outros ainda não deram o ar da graça. No caso de Teixeira, o prefeito tem dito que não quer improvisar. Só nos resta aguardar!