A visita de Geddel; João Bosco e o efeito colateral da L-200
A visita de Geddel; João Bosco e o efeito colateral da L-200
Amigos, acho que tenho passado no teste para aprendiz de colunista, pois, tenho recebido inúmeros elogios sobre meus textos, muitos vindos de pessoas das mais altas classes sociais, as quais declaram terem se tornado minhas leitoras assíduas. O melhor, não só da coluna “Pensando com Coragem”, mas, de todo conteúdo do site “Repórter Coragem”.
Ao elogiarem minha coluna, gostaria que soubessem que, na verdade, tenho um raciocínio rápido, consigo fazer textos de onde não dá, mas, tenho minhas deficiências no português, que são corrigidas pela excelente Carla Félix, para mim, especialista em revisão, por tanto, saibam que, antes da coluna chegar enxuta para que todos possam apreciar minhas ideias críticas, ela é lapidada pela especialista em transformar textos em joias e, por isso, quero dividir os elogios com a professora Carla Félix.
Nesta semana, resolvi comentar dois assuntos aqui na coluna. Talvez, o leitor estranhe, porque quando comecei a escrever, sempre falava de diversos assuntos em um texto só, no entanto, com o passar do tempo, acabei “padronizando” a coluna e tratando de um tema somente por vez.
Essa semana, vamos fugir ao que havia se tornado regra.
A visita de Geddel
Olha, colunista político que se presa, tem que falar sobre todos os assuntos, a menos que o colunista em questão tenha rabo preso com este ou aquele partido e fique com medo de falar o que pensa e acabar sendo expulso do partido. Como nós, embora filiados a um partido, não temos qualquer “paixão” por partido algum, inclusive, acho que partido político representa um grande mal à sociedade, porém, quem quer se candidatar precisa estar filiado a uma sigla, então, digamos que partido seja um mal necessário.
Na visita do ex-ministro e atual vice-presidente da Pessoa Jurídica da Caixa Econômica a Teixeira de Freitas, pude rever grandes lideranças do PMDB, tanto de Teixeira de Freitas, quanto de toda região.
Aproveitei a oportunidade para, seis anos depois, voltar a apertar a mão e falar com o ex-prefeito de Mucuri, Milton José Fonseca Borges, com quem tive alguns atritos no ano de 2007, o que acabou me transformando num verdadeiro oposicionista da sua administração em Mucuri. Durante o evento, embora não voltamos a trocar figurinhas, pelo menos voltamos a nos falar, deixando para trás tudo que, porventura, tenha ocorrido.
Vi também durante a visita de Geddel pessoas como Ubaldino Júnior, que é um grande político, sendo deputado e prefeito de Porto Seguro por dois mandatos, o que o torna grande liderança política. Cometeu seus erros, como todo homem, mas, na verdade, é uma grande liderança, algo que até os mais ferrenhos inimigos reconhecem.
A visita do ex-ministro teve como objetivo alavancar seu nome como pré-candidato a governador da Bahia. Geddel busca ser o candidato da oposição, que ao que tudo indica marchará unida na disputa pelo governo do Estado; caso isso se concretize e Geddel seja o nome escolhido, terá chances reais de ser governador da Bahia.
A oposição tem tudo para eleger o próximo governador, basta saber escolher o nome certo. Existem três nomes da oposição, que marchando juntos poderão impor a Jaques Wagner uma humilhante derrota. Estes nomes seriam Geddel, Paulo Souto, e o atual prefeito de Salvador, ACM Neto. Este último, vive hoje o mesmo dilema vivido por João Henrique a oito anos atrás, quando seu nome aparecia como o da oposição para enfrentar o então candidato a reeleição Paulo Souto. João acabou desistindo da disputa e apoiando Jaques Wagner, que conseguiu se reeleger. Henrique hoje anda com o filme tão queimado que, caso se candidate a deputado estadual, corre o risco de não se eleger.
Dizem que a história de ACM Neto é diferente. Primeiro, porque Neto seria o herdeiro político de ACM, a maior liderança política que a Bahia já teve, capaz de eleger de última hora uma pessoa que ninguém sabia quem era.
Teria ACM Neto coragem de deixar a Prefeitura de Salvador no segundo ano de mandato e disputar o governo do Estado?
Se não tiver, ponto para Geddel.
Outra pergunta é: estaria a oposição disposta a apoiar o nome de Paulo Souto?
Para finalizar, teria a oposição confiança no nome de Geddel?
Para ser candidato, Geddel precisa resolver essas questões.
João Bosco e o efeito colateral da L-200
Causou muita revolta nos munícipes teixeirenses a divulgação de que a administração João Bosco pretendia locar um veículo L-200 para cada secretário, sendo que o secretário de Meio Ambiente, Arnaldo Ribeiro, chegou a desfilar de L-200.
O que Bosco e sua equipe não calcularam era que o povo não veria com bons olhos os secretários desfilando de picape de luxo, e bastou uma foto da L-200 plotada com a logo da prefeitura ser divulgada na grande rede para causar revolta na população.
Com medo, Bosco determinou que apenas Infraestrutura e Meio Ambiente ficassem com a L-200, até a SW4, que teria sido locada para João Bosco desfilar, foi devolvida pelo próprio.
O que Bosco e sua equipe jamais imaginavam era que a L-200 teria um efeito colateral tão grande, que pode culminar na primeira condenação de Bosco, antes mesmo do fim de seu primeiro ano de mandato, algo que pode acontecer ainda nesta semana.
A condenação de João Bosco foi pedida pelo promotor público Anselmo Lima, titular da 4ª promotoria, que cuida especificamente de improbidade administrativa. Além de pedir que o contrato fosse cancelado, o promotor pediu que os direitos políticos de João Bosco fossem caçados, o que inviabilizaria sua permanência como prefeito.
Caso o pedido do promotor seja aceito pelo juiz Marcus Aurélius Sampaio, que deve julgar o caso ainda essa semana, Bosco poderá entrar para a história política de Teixeira de Freitas e, quiçá, da Bahia, como o primeiro prefeito a ser condenado ainda no primeiro ano de mandato, numa prova evidente que ele está metendo os pés pelas mãos, como se diz no jargão popular.
No popular, efeito colateral são as reações que um medicamento, por exemplo, provocam em nosso organismo. Quem receitou a João Bosco comprar L-200 e outros carros de luxo esqueceu de dizer a ele qual seria o efeito colateral.
O lado bom é que o carro é confortável, dá certa estabilidade na pista, porém, o efeito colateral é que pode produzir excesso de confiança, o que, na pista, não é bom para nenhum motorista, algo que João Bosco não soube avaliar.
Pois é, digamos que o efeito colateral da farra da L-200 pode culminar no fim da administração João Bosco, assim como o excesso de confiança de qualquer motorista, pode terminar com ele se envolvendo em um grave acidente.
Tomara que Bosco tenha aprendido a lição e, caso não seja condenado pelo juiz, aproveite para se desfazer o quanto antes dos carros de luxo.
Como diria a turma do “Pânico”, está na hora de João Bosco calçar a sandália da humildade e começar a fazer uma administração mais pé no chão, afinal, luxo é bom, mas, humildade é melhor ainda, sobretudo, quando não se sabe fazer o que lhe foi determinado.
Eu ainda acredito que João Bosco pode dar a volta por cima, só que minha fé está igual a de Tomé: estou precisando ver pra crer.
Boa sorte e boa semana. Envie suas críticas para nossa Redação: [email protected]
Jotta Mendes é repórter e radialista