Secretária de Educação denuncia que 46 escolas funcionam sobre fossas e culpa a falta de esgotamento
A secretária de Educação do Município de Eunápolis, Adail Brito, denunciou, nesta terça-feira, 24, que a situação das escolas municipais é bastante precária. “A maioria foi construída há muitos anos e funciona sem qualidade nas estruturas físicas, apesar do bom nível do professorado”.
As escolas municipais e da rede estadual na maioria das cidades do extremo sul da Bahia estão fora do padrão, e com baixo nível de qualidade.
Logo após o desabamento de uma fossa no Colégio Rotary, III, alugado ao município de Eunápolis, onde caíram nove alunos, nesta terça-feira, 24, por volta das 10 horas, a secretária de Educação, Adail Brito concedeu entrevista por telefone ao site agazetabahia.com e denunciou a situação em que sobrevive os prédios escolares da rede municipal, com 90% dessas unidades funcionando sobre fossas antigas, construídas há anos.
A secretária culpou as gestões dos prefeitos anteriores, pelas reformas de péssima qualidade que foram feitas no colégio, mesmo sendo um prédio que pertence ao Rotary. Quanto ao acidente envolvendo nove alunos, a secretária Adail Brito afirmou que a Secretaria de Educação não recebeu nenhum documento da escola, informando sobre a situação da fossa. “A secretária disse que o problema vem das gestões anteriores, provavelmente uma obra mal feita. O mínimo que poderia fazer, era interditar o espaço. Nós não sabíamos da situação, completou Adail.
O município de Eunápolis com mais de 110 mil habitantes, está entre poucos, em todo estado, que não tem esgotamento sanitário.
Pensando em alertar sobre o assunto, o vereador de Eunápolis, Lucas Leite (PT), entregou no dia 30 julho, ao secretário de Planejamento da Bahia, Sérgio Gabrielli, um documento onde expressa os anseios do povo eunapolitano, que se vê privado da rede de esgotamento sanitário. E que anos após anos têm sofrido com a falta deste importante equipamento público, sobrevivendo sobre mais de 30 mil fossas.
“Uma cidade com uma população de mais de 110 mil habitantes não pode se desenvolver sobre fossas”, desabafou.
O vereador salientou que os investimentos e muitas famílias originárias de outras cidades mais evoluídas, não aportam em Eunápolis, em razão desse grave problema social. Uma cidade, onde as moradias, chegam a ter até cinco fossas nos quintais, e quando cheias são construídas nos passeios, sem qualquer critério, enlameando e contaminando o lençol freático.
Ainda na entrevista, Lucas denuncia que apenas 10% das moradias da cidade são contempladas com a rede de esgoto. ”Esse é um grave problema que precisa ser corrigido. Embora tenha gente, ou certos políticos, que não quer. O povo de Eunápolis precisa urgente cobrar dos governos”, desabafou Lucas.
Ele também ressaltou, que necessário se faz, a população e as autoridades fazerem movimentos, e partir para cima dos governos para que liberem o esgotamento sanitário de Eunápolis, que já está em andamento nos órgãos governamentais.
O esgotamento sanitário de Eunápolis tem seu projeto orçado em R$ 170 milhões e deverá durar cerca de quatro anos para ser concluído, em toda sua complexidade.
Fonte A Gazeta Bahia