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Estádio Municipal voltará a ser usado após seis anos de interdição e obras

10/10/2013 - 15h37
Arquibancadas de Madeira lotadas para receber a AATF numa das partidas 1996

O novo estádio municipal de Teixeira de Freitas dispõe de arquibancadas com capacidade para receber 3.200 torcedores, cabines para imprensa, gramado de boa qualidade, iluminação, entre outras dependências, será entregue à população esportiva nesta quinta-feira, 10 de outubro, contudo, o empreendimento ainda não está com 100% das suas obras concluídas. Foi construído pelo Governo do Estado, em parceria com o governo do munícipio, contou com 90% da verba estadual e cerca de 10% dos investimentos do governo municipal.

O antigo estádio do Derba, que depois passou a se chamar Robertão, durante muitos anos teve apenas o gramado, que foi construído no início dos anos 70.  Em 1976 recebeu o primeiro campeonato amador local, e durante mais de três décadas sediou centenas de campeonatos importantes. Pelo velho gramado na época, o melhor da região, desfilaram craques inesquecíveis. O velho Robertão foi palco de grandes jogos, entre os quais recebeu a Seleção Brasileira de Cobras em 1991, quando esteve presente Jairzinho (O Furacão da Copa 70) e até o time júnior do Flamengo do Rio de janeiro, com a presença do jogador que acabaria ficando famoso, Iranildo. Craques como Peu, ex-Flamengo; Geovan, ex-Vasco; entre outros, por aquele gramado mostraram o seu talento. O nome Estádio Roberto Pereira e Almeida (Robertão) é alusivo ao engenheiro do Derba, Dr. Roberto, responsável pela construção do campo. Ele o fez com a intenção simplesmente de oferecer um local para o lazer dos funcionários da empresa.

Após começar a ser usado pelos funcionários do Departamento de Estradas e Rodagens da Bahia (Derba), empresa que estava a serviço das obras de construção da BR-101, o campo gramado foi chamado durante muitos anos de campo do Derba, e passou a ser usado também pelos desportistas do município de modo geral, a partir de 1974, pois o local onde os jogos eram realizados até esta data, início de 1975, era um terrão, que se situava na avenida Antônio Carlos Magalhães, em frente ao atual Mercado Municipal (Mercadão), local onde o time do Brasil e a Portuguesa, os dois primeiros times famosos do povoado, atuavam. O local também era utilizado para pouso de pequenas aeronaves. O Clube Estudantil de Futebol e o Palmeiras, dois pioneiros no futebol, na época do campo do Derba eram dois dos mais famosos times nos meados dos anos setenta, entre outros, a exemplo de Bahia, Lord, Ipiranga, Industrial, Divilan, Carvoeira (depois União), Guarani, Monte Castelo, e diversos mais jovens que foram surgindo, como Liberdade, Grêmio, Internacional, Nacional, Castro Pneus, EMARC, A Esportiva, Comercial, Tiradentes, Ajax, Bahia Sul, Independente, os quais realizaram grandes combates no velho estádio. Dezenas de amistosos e torneios com times da região e até grandes equipes profissionais foram disputados ali.

No começo, o campo não tinha arquibancada, e era cercado de ripas. A partir de 1975, o ex-desportista, árbitro de futebol, professor, que, posteriormente, passaria a ser empresário e político, ex-deputado, o saudoso Maurício Cotrin, criou a primeira Liga barbante, tendo como seu braço direito o hoje radialista Amadeu Ferreira. A partir daquele ano se iniciaram os primeiros campeonatos do povoado de Teixeira de Freitas, que tinha pouco mais de 15 mil habitantes. Nesta época se construiu as primeiras arquibancadas de madeira, num esforço concentrado entre alguns empresários, como o próprio Maurício (in memoriam), Sebastião Dorneles (Ribon), Deusdete Moreira Alves (in memoriam), Rodolfo Scarton, Heriberto Matos (AG), Jason da Pianna, com apoio de Júlio Vasconcelos, Alceu Gonçalves, Amadeu Ferreira, entre outros desportistas e empresários da época. Também foi feito um simples vestiário, que nos anos seguintes foi sendo ampliado mediante o crescimento do futebol, até a emancipação do povoado e a eleição do primeiro prefeito em 1985. Na gestão do primeiro prefeito, Temóteo Brito, foram feitos os muros, alambrados, vestiários um pouco melhores e outras dependências. Posteriormente, até iluminação e irrigação instaladas, em outras gestões, com recursos e apoio de empresários e verbas angariados pela própria liga de futebol nos anos do projeto dos Bingos da Liga. Tudo isso durou até 2007, quando o velho estádio foi desativado pelo então secretário de Esportes, Érico Cavalcante, na gestão do prefeito Padre Apparecido.

O Robertão sediou inúmeros campeonatos de sucesso organizados pelas LFTF, após a sua fundação em 1987 e a sua filiação a FBF em 1992, quando a seleção da cidade começou a disputar o Campeonato Intermunicipal. Em 1995 se fundou o time profissional, Associação Atlética Teixeira de Freitas (AATF), que competiu por cinco anos disputando o Campeonato Baiano de acesso, e pelo velho campo de futebol com suas arquibancadas e cabines de rádio de madeira desfilaram vários times profissionais.

O projeto de construção do estádio foi iniciado em 2009, poucos meses após ter sido prometido em praça pública pelo governador do Estado, Jaques Wagner, mediante manifestação feita pelo radialista Amadeu Ferreira e pelo desportista Beija Nega naquele dia. O ainda deputado estadual, Getúlio Ubiratan, teve participação ativa e decisiva nesta conquista. Ao discursar de forma frenética para todos os presentes, entre os quais vários políticos que estavam naquele palanque, Getúlio Ubiratan proferiu mais ou menos as seguintes palavras: “Senhor governador, ali está o radialista Amadeu Ferreira. Este homem, senhor governador, é o desportista que luta incansavelmente pelo esporte do município, e ele veio aqui para ouvir o senhor prometer o Estádio para Teixeira de Freitas”. Beija Nega e Amadeu Ferreira, em frente ao palanque, erguiam uma pequena faixa, com os dizeres “Senhor governador, por favor, ajude o nosso Esporte”. Os gritos de Beija Nega, que atrapalhava a fala do governador, foi o tiro de misericórdia que faltava para o sim de Jaques Vagner. Ele prometeu a construção do estádio, após ser obrigado a paralisar várias vezes o seu discurso devido à algazarra feita pelos dois que passaram a ser incentivados por outras pessoas presentes. Jaques Wagner disse três ou quatro vezes, “vocês estão atrapalhando meu discurso; depois eu falo do Estádio”. E logo a seguir a promessa iria ser feita.

O governador, na ocasião, esteve em Teixeira de Freitas para inaugurar e garantir algumas benfeitorias relacionadas à saúde. Ele que não veio para tratar nada relacionado a obras do estádio, disseram algumas autoridades na ocasião, no entanto, a pressão surtiu efeito e ele se deslocou até o fundo do palanque e ligou para o diretor geral da Sudesb, Raimundo Nonato (Bobô) e voltou ao microfone e disse mais ou menos assim: “Acabo de ligar para Bobô, e perguntei a ele ‘Você tem dinheiro em caixa para construirmos um Estádio em Teixeira de Freitas Bobô?’. E ele respondeu que sim, e eu digo a vocês, eu vou construir o estádio em Teixeira de Freitas”.

Dai em diante você já tomou conhecimento de tudo que ocorreu em relação a este empreendimento, através do nosso informativo. Foram logos meses de espera, angustia e aflição, e mesmo com toda a discórdia, irregularidades, promessas não cumpridas pelas duas gestões, e a demora exagerada na conclusão da obra, finalmente ela está sendo entregue à população. Apesar de a obra não ter a amplitude que necessitamos, pelo fato do desenvolvimento e crescimento populacional do nosso município, devemos agradecer a Deus pela inauguração. Espera-se que a população esportiva teixeirense tenha prioridade para usufruir desse benefício, afinal de contas, ela nasceu da paixão das pessoas que amam o esporte e têm serviço prestado a esta modalidade, entre outras, há mais de três décadas. A inauguração oficial será feita dia 21 deste mês, pelo governador do Estado, Jaques Wagner.

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Da – Redação do Jornal Tribuna do Esporte

Com informações e arquivo – Rádio Difusora AM

Márcio Ferreira


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