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Mulheres denunciam que são obrigadas exporem seus órgãos genitais durante as inspeções no presídio

14/10/2013 - 12h54
Entrada presídio Eunápolis

Mulheres e homens de todas as idades, denunciaram neste domingo, 13, após agitações na Penitenciária de Eunápolis, que estão sendo humilhados de forma severa, na hora das inspeções, quando vão visitar seus parentes que se encontram presos naquele complexo.

As mulheres que se encontravam ontem, na porta do presídio se diziam revoltadas com a forma de inspeção que são submetidas.  Segundo Doralice Borges, esposa de um presidiário, as mulheres são obrigadas a tirarem as roupas e abrirem suas genitálias, e ainda por cima são orientadas a contraírem suas vaginas continuamente. Essas práticas também são feitas com mulheres idosas e crianças.  Doralice denunciou que a sua sogra Maria Lúcia Borges, residente na Rua Nossa Senhora Aparecida, no bairro Moisés Reias, na cidade de Eunápolis, não suportou o constrangimento na hora da inspeção, defecando no local.

Já os homens, também denunciaram que são obrigados a permanecerem despidos, obrigados a mostrarem seus órgãos sexuais e seus anus.

A editoria do site a agazetabahia.com enviou e-mail para assessoria de comunicação da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização, sobre o assunto, até o fechamento desta matéria não tinha recebido respostas.

O sistema prisional no Brasil é degradante, sendo alvo de várias denuncias na ONU. Matéria publicada na BBC, faz uma analise sobre os graves problemas das prisões, em vários estados.  Veja o texto abaixo:

“Relatórios da ouvidoria do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) constataram indícios de irregularidades como degradação de instalações, abusos contra presos, superlotação, falhas no atendimento de saúde e falta de segurança em 56 inspeções realizadas em unidades prisionais brasileiras no ano de 2012.

Os problemas foram encontrados em presídios, penitenciárias, colônias agrícolas, hospitais de custódia, entre outras unidades, inspecionados nos Estados do Acre, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Sul.

Maus-tratos e tortura

Em cerca de 20% (11) das unidades prisionais inspecionadas foram encontrados indícios de maus-tratos ou da prática de tortura contra detentos por agentes prisionais.

Entre eles estavam hematomas nos corpos de presos, denúncias verbais feitas pelos detentos e marcas de tiros de borracha encontradas dentro das celas (munição não-letal não pode ser disparada a curta distância, e a maioria das celas não tem mais de quatro metros de comprimento).

Segundo uma denúncia coletada pela equipe, em Alagoas, uma equipe especial da Polícia Militar teria entrado em uma penitenciária do Estado e obrigado um grupo de presos a ficar nu no pátio da unidade. Lá, eles teriam sido agredidos por cerca de três horas com chutes, choque, gás de pimenta, cães, balas de borracha – além de violência psicológica.

“Há abuso de poder e muitos castigos desproporcionais. Já soubemos de presos que por terem levantado a cabeça – quando deveriam estar com ela abaixada – perderam o direito de receber visitas por 30 dias”, disse.

Fonte Agazeta Bahia


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