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Jaques Wagner, um governador inimigo do Extremo Sul da Bahia

24/11/2013 - 21h37

Jaques Wagner, um governador inimigo do Extremo Sul da Bahia

Pensando com Coragem 3

O Extremo Sul da Bahia foi o grande prejudicado ao eleger em 2006, com mais de 80% dos votos válidos, Jaques Wagner como governador da Bahia. Durante seu primeiro mandato, que teve início em 1º de janeiro de 2007 e término em 31 de dezembro de 2010, nada foi feito que justicasse a votação recebida em toda a região.

Mesmo não sendo visto pelo governador, em 2010, o Extremo Sul repetiu a votação, dando, novamente, mais de 80% dos votos válidos ao governador, que esqueceu o povo e nada foi feito nestes quase 7 anos de mandato, que ao menos mostrasse que a região também tem governador.

Podemos dizer sem medo de errar que as duas grandes obras de Jaques Wagner no Extremo Sul foram a construção de dois postos fiscais da Adab – um perto do Duque de Caxias, em território de Teixeira de Freitas, outro na BA-001, no município de Caravelas.

O que leva a entender que a região serve apenas como pagadora de impostos, os quais não são revertidos em benefícios da população, que vive numa região carente de várias obras do governo do Estado, mas, fica como uma região abandonada, que parece não fazer parte da Bahia, se é que o governador está fazendo alguma coisa pela Bahia.

Neste período, o que o governador fez foi diminuir os colégios do Estado que aqui existiam. Quando foi eleito em 2006, Teixeira de Freitas contava com colégios como o Ângelo Magalhães e o Gelson Oliveira Costa. O Ângelo Magalhães se incorporou ao Colégio Estadual Democrático Rui Barbosa, já o Gelson Oliveira Costa, ao colégio Wilson Alves de Brito, o que significa que o Extremo Sul perdeu duas importantes escolas e nenhuma fora construída.

Os dois colégios que deixaram de existir tinham uma importância muito grande em Teixeira de Freitas, fazendo parte da história educacional da cidade. Eu mesmo, curiosamente, passei pelas duas, confesso que foi tempos muitos bons.

Durante a gestão Paulo Souto, que antecedeu Jaques Wagner, inúmeras escolas foram construídas e/ou reformada no Extremo Sul da Bahia, na gestão César Borges, antes de Paulo Souto, outros colégios foram feitos na região.

Teixeira de Freitas, por exemplo, ganhou na gestão César Borges o Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães; durante muito tempo era o sonho de consumo de todo estudante estudar no “COLEM”, como ficou denominado.

Hoje, Jaques Wagner e sua trupe fazem questão de apagar a história que ficou registrada com a implantação do colégio modelo em Teixeira de Freitas, já trocaram o nome, que agora é “CETEPES” – Centro Territorial de Ensino Profissional do Extremo Sul. Só que mudam o nome, muda tudo, mas, não fazem nenhum investimento no local, o colégio vive cercado por um matagal muito grande, que serve até para esconderijo de bandidos.

As quadras de esportes que existiam no antigo Colem, hoje, estão em condições inadequadas de uso, as paredes da escola há tempos que não vê tinta, o que fica claro que a mudança de nome não trouxe nenhum benefício.

A BA-290, uma das principais do Extremo Sul, teria sido reformada justamente na última gestão de Paulo Souto. Nos dois mandatos do governador Jaques Wagner apenas foi feita a operação tapa buraco em parte da via, que hoje já volta a ter o formato de peneira.

Digamos que a rodovia é um exemplo de má gestão do governo Jaques Wagner, que construiu um posto para arrecadar mais impostos, no entanto, não deixou a estrada economicamente viável para o transporte de passageiros, tampouco para o de cargas, já que as péssimas condições da via colocam em risco a vida de quem por ela tem que passar.

Outro exemplo de má gestão do governo Jaques Wagner são as péssimas condições das vias que ligam a BA-290 a Lajedão, e, consequentemente, a de acesso a Ibirapuã, as duas parecem mais um queijo suíço. É tanto buraco que o motorista que se atreve a passar pelo local a noite, em caso de acidente com morte, pode ser considerado um suicídio involuntário.

Itabatã e Posto da Mata são duas localidades que foram abandonadas pelo governo do Estado. Nestes últimos tempos os dois distritos que pertencem a Mucuri e Nova Viçosa, respectivamente, não têm contado, sequer, com água em condições de uso, o que demonstra uma total falta de interesse do governador em resolver o problema, já que a Embasa é uma empresa do Estado, que já deveria ter solucionado os problemas nos dois distritos.

Essa semana está prevista mais uma visita de Jaques Wagner ao Extremo Sul. Desta vez, o governador vem com a desculpa da implantação do campus da universidade federal em Teixeira de Freitas. E isso é, no mínimo, hilário, deveria ser transformado em motivo de piada, o governador vem implantar um campus onde não há uma pedra no local para que possa funcionar.

Ainda não se sabe se ele realmente vem implantar o campus ou buscar mais cachaça Matriarca na mão de Beto Pinto, que é uma das coisas que o governador mais faz quando vem à região.

O que queremos aqui não é a presença do governador, são as obras do governo. Não adianta vir aqui todo dia se nossas escolas estaduais continuam abandonadas, se nossas rodovias continuam matando mais que a guerra. Não queremos tomar cachaça com o governador, queremos parabenizá-lo pelas obras que fez no Extremo Sul.

Mas, enquanto não temos o que comemorar, vamos ter que nos contentar em ver o governador vir ao Extremo Sul tomar cachaça com Beto Pinto e outros figurões da política regional.

Como diria a canção: “Tudo isso acontecendo e eu aqui na praça dando milho aos pombos”. Enquanto muitos gestores estaduais vão aos municípios inaugurar obras, o governador na Bahia vem tomar cachaça.

Por essas e outras, é duro, mas, tenho que admitir: Jaques Wagner é um governador inimigo do Extremo Sul da Bahia.

Jotta Mendes é Radialista e Repórter 


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