Falsa médica presa em Salvador é mesmo a filha mais velha do ex-deputado Maurício Cotrin
Uma mulher que atuava como médica em Salvador e Região Metropolitana com documentos falsos foi presa em flagrante na noite a última segunda-feira (28) depois de se apresentar na 6ª Delegacia Territorial (DT/Brotas). Segundo o investigador Paulo Portela, Danielle Cotrim Guimarães foi espontaneamente à delegacia na companhia do namorado, que também foi preso com documentos falsificados.
No final da manhã desta quarta-feira (29) foi confirmado que Danielle é a filha mais velha do ex-deputado Maurício Cotrim, assassinado no dia 14 de setembro de 2007, na Praça Dois de Julho, em Itamaraju. De acordo com o jornal Correio da Bahia a falsa atuação foi descoberta pela verdadeira médica Daniele Guimarães, que ficou sabendo por terceiros que existia uma mulher distribuindo receitas médicas e diagnósticos usando o seu registro do Conselho Regional de Medicina. Em dezembro do ano passado Daniele foi até a delegacia e fez a denúncia. Após investigações, a polícia identificou Danielle Cotrim e localizou seu endereço, mas nunca a encontrou em casa.
Na noite de segunda, 28, Danielle foi até a delegacia saber o motivo da visita da polícia portando os documentos falsificados de médica. Ela foi presa em flagrante. Conforme informou ainda o Correio, Danielle foi contratada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Candeias e chegou a dar três plantões. Em depoimento, Danielle contou que para ser contratada precisou fazer um boletim de ocorrência de roubo em uma delegacia para justificar a falta do certificado de conclusão da faculdade de Medicina. Danielle também atuou com o registro falso em Salvador.
Ela estaria trabalhando como cirurgiã e clínico geral há um ano. Segundo a TV Bahia, ela chegou a trabalhar no Hospital Municipal Ouro Negro e em clínicas nos bairros de São Caetano e Liberdade.
Falsa médica sofre problemas psiquiátricos, diz advogado
Segundo a Polícia Civil, ela trabalhou em 11 plantões — e recebeu por cada um cerca de R$ 1.400. A delegada Maria Dail Sá Barreto, titular da 6ª Delegacia, acredita que o golpe vinha sendo aplicado há cerca de um ano.
Na delegacia, Danielle alegou que se formou em Medicina em 2005, no Rio de Janeiro. No entanto, o advogado da família dela, Fabiano Pimentel, desmentiu a informação e disse que ela sofre problemas psiquiátricos desde 2007. Ela vai responder pelos crimes de uso de documento falso e exercício ilegal da profissão de médico. Em nota, a prefeitura de Candeias confirmou que Danielle deu dois plantões no hospital municipal da cidade e no Samu, mas que ela não possui vínculo com o município. Junto com Danielle, foi preso também seu namorado: Paulinelle Conceição, 37, que portava uma carteira de habilitação falsa.
Por Ronildo Brito com informações do Correio