Coragem contra a pedofilia

Coragem contra a pedofilia

Queridos leitores, hoje, fugindo ao nosso principal foco de debate semanal em nossa coluna “Pensando com Coragem”, vamos comentar um crime que ocorre com muita frequência em nossa sociedade e, muitas vezes, acaba passando batido, ou, sendo acobertado por quem deveria combater.

Vamos falar de pedofilia.

Para falar deste assunto é necessário saber o que é pedofilia. Vamos à definição do dicionário:

A pedofilia (também chamada de paedophilia erotica ou pedosexualidade) é a perversão sexual na qual a atração sexual de um indivíduo adulto ou adolescente está dirigida primariamente para crianças pré-púberes (ou seja, antes da idade em que a criança entra na puberdade), ou no início da puberdade. A palavra pedofilia vem do grego παιδοφιλια (paidophilia) onde παις (pais, “criança”) e φιλια (philia, “amizade”, “afinidade”, “amor”, “afeição”, “atração”, “atração ou afinidade patológica” ou “tendência patológica”), segundo o Dicionário Aurélio.

A pedofilia faz parte de um grupo de preferências sexuais chamado Cronofilia, junto a Nepiofilia, Hebefilia, Efebofilia, Teleiofilia e Gerontofilia. O termo Cronofilia não é muito usado pelos sexologistas e refere-se a atrações sexuais fora da sua faixa de idade.

No Brasil, com as mudanças na lei de crime sexuais, a pedofilia é considerada quando se comete qualquer ato libidinoso contra menores de 14 anos, a partir desta idade passa a ser crime sexual, se for sem consentimento passa a ser estupro.

Esse ato libidinoso vai desde um beijo na boca, ou, em partes íntimas, passar a mão, até a conjunção carnal, que é o ato sexual propriamente dito.

Combater os crimes de pedofilia é uma complicação para a polícia.

Certa vez, numa entrevista ao delegado Manoel Eduardo Costa Andreetta, o “Caneta Nervosa”, delegado de relevantes serviços prestados não só em Teixeira de Freitas, como em cidades como Alcobaça, Mucuri, Itanhém e outros municípios aqui da região, ele me falava sobre a dificuldade de se combater o crime de pedofilia ou de estupro.

Segundo Andreetta, a principal dificuldade é porque o crime ocorre sempre em meio a família, envolvendo pessoas com laços consanguíneos com a vítima, o que, de certa forma, inibe a vítima de denunciar, pois existe a chamada tortura psicológica, na qual a ela passa a ser ameaçada.

Uma das características do crime é acontecer também na escola, igreja, clube social, lugares que não levantam qualquer suspeita, o que põe o agressor com certo grau de superioridade em relação à vítima.

Mas, saindo dos locais onde envolvem a vida da criança, ou, adolescente vítima do crime, existe os criminosos que possuem certa aptidão por sexo com menores de idade, ou pessoas que sejam relativamente mais novas que eles.

Um caso que tomou as manchetes dos principais jornais do Brasil recentemente foi o do prefeito Adail Pinheiro, de Coari, em Manaus. Ele possui cerca de 70 processos sendo acusado de cometer crimes de pedofilia. Após ser denunciado no programa “Fantástico” acabou tendo sua prisão decretada e se apresentou à polícia no sábado, 8 de fevereiro.

No caso Adail Pinheiro, apesar de os crimes serem de conhecimento de toda a sociedade, ele vinha usando o tráfico de influência para que os inquéritos não fossem a julgamento, chegando a intervir na troca de juízes, promotores e outras autoridades envolvidas no caso. O que causa certa estranheza é que bastou o caso ser noticiado no “Fantástico” para que Adail terminasse preso.

Em uma das reportagens mostradas no programa dominical, Adail foi flagrado negociando uma garota com um de seus secretários, que também já está preso. Nesta mesma reportagem uma criança acusava Adail de tê-la estuprado.

Combater o crime de pedofilia é sempre uma grande dificuldade. Os pais precisam estar atentos à mudança de comportamento por parte da criança ou adolescente, como deixar de gostar de locais onde antes fazia questão de ir, ficar triste e choroso pelos cantos.

Existe uma série de fatores que pode ajudar os pais a identificar se a criança vem sendo vítima desse tipo de crime. Para as mães é interessante observar as partes íntimas dos filhos durante o banho.

Por falar em marcas, a pedofilia possui um rastro destruidor na vida da criança, que vai além de perder sua infância, a tortura psicológica que ela enfrenta com o agressor é uma marca que ela vai guardar para vida toda.

Mas, não é em razão das marcas deixadas pelo crime que ele deve deixar de ser combatido, pelo contrário, mesmo que com a descoberta do crime a criança não possua mais condições de ficar na sociedade onde antes vivia é importante se combater o crime.

No Brasil, existe um disque-denúncia, o disque 100, gratuito e a identidade do denunciante nunca é revelada.

Existem muitos poderosos que são fascinados por sexo com crianças e adolescentes, tanto que já houve uma CPI de combate a pedofilia comandada pelo senador capixaba Magno Malta, que possui um site para combater tal crime.

Ano passado, o “Repórter Coragem” iniciou uma campanha de combate a pedofilia, destacando no site um banner com os dizeres “Pedofilia não é um problema meu, é um problema nosso”, ao clicar no banner você era direcionando ao site do senador Magno Malta.

Agora, estamos pensando em intensificar uma campanha contra a pedofilia, que seria intitulada “Coragem contra a pedofilia”. Vamos juntar parceiros e mostrar à sociedade que pedofilia é um problema nosso, afinal, se não combatermos a pedofilia, teremos crianças com a vida sexual destruída, além de psicologicamente destruídas para o resto da vida.

Não podemos, em hipótese alguma, aceitar o crime de pedofilia. Crianças foram feitas para estudar e brincar, sexo é uma coisa saudável, mas, para adultos. Quem comete atos sexuais forçados, ou não, com crianças e adolescentes precisa ser tirado do convívio com a sociedade.

Quando a população denuncia o crime é punido, assim como aconteceu com o prefeito Adail Pinheiro, muitos criminosos podem ser presos.

Vamos todos combater a pedofilia, já dizia o ditado: “Quem cala, consente”, portanto, levante a sua voz, use o dedo e disque 100 e combata a pedofilia.

Disque 100. Coragem no combate a pedofilia.

Jotta Mendes é radialista e repórter