Chega-se aos 60 dias sem o jornalista Gel Lopes em Teixeira de Freitas, sem nenhum esclarecimento
Completa hoje, domingo (27/04), 60 dias do assassinato do radialista e jornalista Jeolino Xavier Lopes, o “Gel Lopes”, 44 anos. E nenhuma novidade em torno da solução do caso ainda foi apresentada pela Polícia Civil.
O chefe da 8ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, delegado Marcus Vinicius, que preside o inquérito da execução, nunca falou oficialmente sobre o caso e quando indagado, sempre manteve a sua postura em dizer que a prioridade é elucidar a morte do jornalista e não divulgar informações não conclusas para não embaraçar os trabalhos que poderão oferecer uma resposta satisfatória à sociedade.
O repórter Gel Lopes foi abatido com 6 tiros por volta das 21h15 de quinta-feira do último dia 27 de fevereiro, no interior do seu veículo, um Volkswagen modelo Voyage, cor verde, plotado com a marca do seu portal de notícias. O crime ocorreu em frente ao prédio de nº 348 da Rua da Saudade, no bairro Bela Vista, numa região central de Teixeira de Freitas, onde foi deixar em casa, o colega repórter esportivo Djalma Ferreira, 60 anos.
A sua namorada Daniele Ferreira dos Santos, 25 anos, que estava no banco traseiro, acabou ferida na perna direita por um projétil de arma de fogo. Os criminosos estavam possivelmente a bordo de um Toyota Corola, cor cinza ou branca, que emparelhou ao seu veículo e um homem da porta dos fundos desceu e disparou vários tiros contra o jornalista, que estava ao volante do seu carro aguardando sua namorada sair do banco traseiro para embarcar no banco dianteiro.
O repórter esportivo Djalma Ferreira ainda não tinha conseguido abrir o portão quando os tiros aconteceram, mas ele preferiu não olhar para trás e adentrou no seu prédio e bateu o portão. Só quando ouviu os gritos de socorro da namorada do jornalista, ele saiu para verificar o que tinha ocorrido.
A namorada do jornalista estava no banco traseiro, porque teria oferecido o banco do carona para o repórter esportivo que estava recém operado. A moça conta que não conseguiu enxergar absolutamente nada, porque foi tudo muito rápido e aconteceram os tiros no momento que ela se preparava para descer da porta traseira para ocupar o banco da frente e a única coisa que conseguiu enxergar, foi um carro claro fugindo em direção ao mesmo sentido do veículo da vítima.
No local os peritos recolheram no chão, três cápsulas calibre 9 milímetros e um projétil, outro projétil foi localizado na caixa de ar do painel do carro da vítima. 15 dias após o crime, o filho da vítima, o também jornalista Joris Bento Xavier, quando foi buscar o carro do pai no pátio do Departamento de Polícia Técnica por meio de um termo de entrega, encontrou mais uma cápsula no banco do carona e durante a higienização do veículo, os operários do posto de lavagem localizaram mais três projéteis no interior do carro, sinal que o veículo não foi periciado e evidencia também, que os matadores dispararam além dos tiros que foram certeiros na vítima.
Segundo o laudo criminalístico e de medicina legal expedido pelo perito criminal Manoel Garrido e pela médica legista Cezarina Siqueira, o jornalista Gel Lopes foi assassinado com 6 perfurações, sendo duas que lhe atingiram a parte baixa da cabeça e 4 na região do tórax, todas com orifícios de entrada pelo lado esquerdo. Os peritos constataram que quatro dos 6 tiros que atingiram o jornalista, tiveram seus projéteis transfixados, inclusive os dois que lhe atingiram a parte baixa da cabeça que quebraram sua mandíbula. E dois projéteis foram extraídos durante a necropsia alojados no coração do jornalista. Pela dinâmica do local do crime, os peritos evidenciaram que o projétil que atingiu e se alojou na perna direita da namorada do jornalista, seja um dos projéteis que transfixaram do corpo da vítima.
Por Athylla Borborema