Caso Gel Lopes: vitória de Rui Costa pode arquivar em definitivo investigação sobre o crime
O crime que vitimou o radialista e jornalista Jeolino Lopes Xavier, de 44 anos, ocorrido em 27 de fevereiro deste ano, completou 8 meses de sua execução e desde que aconteceu não há qualquer posicionamento por parte das autoridades que investigam o caso sobre o possível esclarecimento.
Há cerca de 15 dias, procuramos o delegado-coordenador da 8ª Coorpin, Marcus Vinícius, até então delegado responsável pelo caso, e ele nos informou que o caso estava sob cuidados do Depin (Departamento de Polícia do Interior), que é comandado pelo delegado Moisés Damasceno, que teria designado um novo delegado para investigar o homicídio.
Marcus nos forneceu o telefone do Depin em Salvador, onde tentamos por duas vezes falar com o delegado Moisés Damasceno, na primeira vez a atendente nos informou que o delegado estava em reunião e não podia atender, deixamos o nosso contato, informamos do que se tratava e não houve qualquer contato por parte do Departamento.
Tentamos uma segunda vez e fomos informados pela atendente que o delegado estava disponível, quando foi tentada a transferência, mas, em seguida, ela nos informou que o delegado havia dito que não poderia atender naquele momento. De novo, pediu nosso telefone, alegando que o delegado Moisés Damasceno entraria em contato conosco – essa segunda tentativa aconteceu na última quinta-feira, 30 de outubro.
Mas, até a manhã de segunda-feira, 3 de novembro, não houve qualquer contato por parte do delegado Moisés Damasceno, tampouco de qualquer pessoa ligada ao Depin, ou, responsáveis pela investigação do crime.
Essa atitude no leva a crer que há uma tentativa de fazer com que o caso caia no esquecimento, levando as pessoas que ainda cobram a investigação do crime a serem vencidas pelo cansaço, o que é uma vergonha, já que o Depin deveria tão logo assumiu o comando do caso, ter concedido uma entrevista coletiva à imprensa para falar sobre o desenrolar das investigações.
Depois, o caso já deveria estar sobre os cuidados do Ministério Público, haja vista que após o cometimento do crime a Polícia Civil tem cerca de 30 dias para concluir o inquérito, que pode ser prorrogado por mais 30 dias, todavia, na Bahia estes prazos não têm sido respeitado e 90% dos crimes de homicídio ficam sem solução.
A vitória de Rui Costa (PT) ao governo do Estado pode, inclusive, contribuir para que o caso seja definitivamente arquivado sem nenhuma resposta à sociedade, algo que foi denunciado antes das eleições por uma jornalista ligada a Associação de Imprensa do Extremo Sul.
E isto ficou evidente no jogo de empurra evidente na ação dos delegados Marcus Vinícius e Moisés Damasceno, que praticamente recusaram comentar o caso. Marcus nos direcionou ao delegado Moisés Damasceno, que, por sua vez, ao saber do que se tratava, tratou de não atender nossa reportagem.
No entanto, nossa cobrança vai continuar até que haja o esclarecimento do crime, poucos dias depois do ocorrido nossa Redação disponibilizou um ‘mortômetro’, que fica no painel central do site, onde é possível saber quantos dias se passaram desde a morte de Gel Lopes. Hoje, por exemplo, estamos a 250 dias que o crime aconteceu, e segue sem qualquer esclarecimento.
Por Jotta Mendes/Repórter Coragem