O assassinato de Gel Lopes em evidência
FOCO NO PODER
Por Dilvan Coelho
Governar é eleger prioridades
As prioridades devem ser estabelecidas a partir do sentimento dominante da população. Consistem em saber quais os principais reclames do povo e seus anseios; e não de acordo com o que o governante de plantão deseja e quer. No caso de Teixeira de Freitas, as pesquisas mostram que o povo deseja, em primeiro lugar, respeito com o dinheiro público, com ética e transparência. A população, cada vez mais, adquire consciência de que quem não rouba pode fazer muito mais, portanto, não aceita “o rouba, mas, faz”. O povo quer novos métodos de governar, com novas práticas políticas. Não basta ser novo, tem que parecer ser. Igual a mulher de César, não basta ser honesta, tem que parecer ser.
As contas de Teixeira foram rejeitadas
O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) rejeitou as contas do prefeito João Bosco referente ao exercício de 2013, além disso, forneceu denúncias ao Ministério Público Estadual. O relator do parecer, conselheiro Fernando Vita, determinou ao prefeito o ressarcimento aos cofres municipais, com recursos pessoais, no valor de R$ 878 mil reais, inclusive, multas e juros pelo atraso no cumprimento das obrigações. Segundo o relator, a prefeitura promoveu gastos exorbitantes em flagrante prejuízo ao erário público e inobservância dos princípios constitucionais da razoabilidade e da economicidade. Em relação às licitações, a relatoria apurou que diversos processos licitatórios não foram encaminhados para a análise da sua legalidade, envolvendo recursos na ordem de R$ 17 milhões.
Julgamento na Câmara de Vereadores
As contas de Teixeira, depois dos recursos cabíveis, serão enviadas para o julgamento da Câmara de Vereadores. Para as contas serem aprovadas, o prefeito necessita de dois terços mais um voto, o que implicaria em 13 votos favoráveis, a mesma quantidade que o Padre Apparecido precisou para aprovar as contas dele; acontece que o Padre é um homem honesto. No prognóstico de alguns entendidos, as contas serão aprovadas porque o prefeito vai operar no sentido de assegurar a vitória. Resta saber quanto vai custar o voto de cada vereador que votar favorável. Diante do alto índice de rejeição do governo de Bosco, é provável que haja mobilização popular para pressionar os edis a não aprovarem as contas.
A judicialização do governo de João Bosco
O prefeito de Teixeira tomou a decisão de processar todos os críticos da imprensa que colocar sob suspeição não só a sua conduta como também a do seu governo. Na audiência de conciliação do processo movido pelo prefeito contra os donos do site “Repórter Coragem” e do blog “Foco no Poder”, João Bosco propôs um acordo desde que os dois réus se comprometessem a não fazer mais nenhuma referência a ele e a seu governo. Quando foi questionado por um dos réus sobre o direito à liberdade de imprensa, ele autorizou que o processo continuasse. Com essa atitude do prefeito ficou evidente que o processo está sendo utilizado para coagir os críticos do seu governo. Isso é abuso de poder e o prefeito poderá ser penalizado por isso.
O assassinato de Gel Lopes em evidência
O maior cobrador da apuração do crime de Gel Lopes, desde o início, foi o presidente do Instituto Brasileiro de Defesa do Direitos Humanos, o deputado Uldurico Pinto. Com o direito de resposta que o secretário de Segurança do município de Teixeira de Freitas conseguiu através da Justiça na Rede Sul Bahia de Comunicações, ele falou que tomou todas as medidas necessárias para ajudar. Entretanto, o deputado discordou publicamente e voltou a cobrar a apuração, para evitar que o processo seja arquivado. Informações privilegiadas dizem que a apuração continua e poderá ter surpresas contundentes – existem fortes indícios de que o crime foi de natureza política.