Portan3 denuncia versão distorcida na morte de acusado de matar capitão
O crime ocorrido no último domingo, 21 de dezembro, que vitimou o capitão e subcomandante da 44ª Companhia Independente da Polícia Militar de Medeiros Neto, José Roberto dos Santos, 33 anos, na rua Paragominas, no bairro Bela Vista, em Teixeira de Freitas, teve fatos diferentes dos contidos nas informações apresentadas à imprensa.
Segundo testemunhas, o capitão da PM José Roberto dos Santos estava no bar bebendo com amigos quando Joanilso Costa, 36 anos, chegou com uma namorada já em discussão. O capitão da PM interferiu para conter a briga do casal e alterou a voz para Joanilso. Nesse momento, segundo testemunhas afirmaram, o PM deu um tapa em Joanilso, que não suportou a ofensa e eles começaram uma briga corporal.
Uma testemunha afirmou que após rolarem no chão, Joanilso conseguiu tomar a arma do PM e desferiu três tiros. No estabelecimento, ninguém interviu porque a ação foi um choque para todos que estavam no local. Após o crime, Joanilso pegou sua motocicleta e foi para casa de uma irmã localizada no Centro. Bastante apavorado, chegou ao domicílio e afirmou para irmã que tinha matado um policial porque o mesmo o agrediu.
No momento em que Joanilso chegou na casa estavam duas irmãs e uma sobrinha, ninguém acreditou na sua versão porque ele nunca teve ocorrência na polícia e nunca apresentou indícios de ser capaz de cometer uma atrocidade do gênero. Mas, quando mostrou a arma usada no crime pertencente ao PM, apavorada, a sobrinha pegou o revólver e escondeu.
O mesmo foi tomar banho e trocar de roupa, já que afirmou que tinha que fugir porque sabia que iria sofrer as consequências. Uma das testemunhas disse que ele assegurou: “O que pude fazer por vocês já foi feito, com certeza, não vou escapar dessa cagada que cometi”.
As irmãs afirmaram que Joanilso deixou a casa apenas com uma mochila sem dizer para onde iria, deixando a motocicleta, e até então não acreditavam que aquela arma seria a motivação de um crime e pertencente a um PM. A sobrinha pegou a arma e escondeu fora da residência, pois estava apavorada e em choque.
Minutos depois, uma guarnição da PM esteve na casa das irmãs e viu a motocicleta descrita pelas testemunhas. Nesse momento, a família disse que foi difícil, pois além de vasculharem toda a casa, a polícia, que esteve no local, queria saber de qualquer maneira onde estava o Joanilso.
As irmãs afirmaram que o mesmo esteve na residência rapidamente, mas, não sabiam que destino havia tomado. A polícia pressionou até que uma das irmãs procurou um amigo de Joanilso próximo e implorou para dizer onde estava o irmão.
Nesse mesmo período, outra guarnição da PM estava com o irmão mais novo de Joanilso, que estava em Medeiros Neto e havia acabado de chegar em Teixeira de Freitas, mas foi interceptado pela PM.
A testemunha afirmou que ambos foram no povoado de Santo Antônio com a PM e que os militares a todo o momento fizeram apenas perguntas, mas não houve agressão física. Em Santo Antônio, a PM esteve na casa do pai de Joanilso e fez todo o trabalho de busca, retornando para Teixeira de Freitas com o irmão do acusado.
Nesse momento, círculo estava fechado para o acusado, todas as divisas que davam acesso à saída a cidade já estavam fechadas.
A outra guarnição, que estava com a família do acusado em Teixeira de Freitas, pressionou até que a sobrinha disse onde estava a arma que ela tirou da cintura de Joanilso. A testemunha afiançou que sofreu ofensiva. Os militares colocaram as mesmas na viatura e foram pressionar novamente as irmãs para afirmarem onde estava o “Jânio”.
Uma das irmãs foi ao encontro de um amigo do acusado e pediu que ele falasse onde Joanilso estava, porque se o PMs não encontrassem o acusado a família iria sofrer as consequências.
O rapaz tentou desviar, mas, após muita interferência da família, afirmou que havia deixado Joanilso no Hotel Nova América. A guarnição estava com o irmão mais novo de Joanilso no Batalhão próximo do hotel e recebeu a informação através do rádio onde estava o acusado. A mesma viatura que levava o irmão de Joanilso foi ao local mencionado e confirmou a informação.
O irmão falou que após chegarem ao hotel e confirmado que o pedreiro estava lá ele foi levado para a casa e informado que sua participação terminava naquele momento. Os PMs fizeram todo um planejamento para entrarem no quarto, já que temiam que o acusado estivesse armado.
A polícia fez um cerco em torno do hotel, fizeram a evacuação de alguns hóspedes, tendo todo o cuidado com os que estavam presentes e elaboram o processo de abordagem. Nesse momento, não podemos informar o que aconteceu, pois somente os PMs que estavam na operação sabem o que se passou nos momentos finais do processo que terminou com a morte do acusado a caminho do Hospital Municipal de Teixeira de Freitas.
Um dos PMs que estava na ocorrência afirmou ao N3 que o fato de Joanilso estar dentro de um ambiente fechado dificultou o processo de abordagem da PM. Segundo o militar, o acusado poderia cometer outro crime já que não havia saída para o mesmo fugir.
As famílias de Joanilso e José Roberto estão abaladas com o acontecido. José Roberto dos Santos foi promovido no início do ano para capitão e assumiu o subcomando da 44ª Companhia de Polícia Militar em Medeiros Neto, tinha uma vida profissional elogiada pelos colegas. O PM deixou esposa, três filhas, sendo uma com um ano e poucos meses de vida. Joanilso Costa, ao contrário do que afirmaram em noticiários, não tinha passagem pela polícia, era pedreiro, com grande referência da sua profissão no município, não tinha filhos, solteiro.
A conclusão do episódio é que tudo foi motivado por ações impensadas que terminaram em duas grandes perdas.
Fonte Portaln3