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Fiocruz prevê 16 mil registros de microcefalia neste ano

22/01/2016 - 17h46

Microcefalia

Embora o ritmo de crescimento dos casos de microcefalia no Brasil tenha apresentado leve queda, o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, afirmou ser cedo para fazer qualquer previsão.

No entanto, para o vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, os números ainda deverão crescer.

“Chegaremos a 16 mil casos neste ano”, estimou.

De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, já são 3.893 casos em todo o Brasil. Para Stebeli, a epidemia de zika é um dos mais graves problemas de saúde pública já enfrentados pelo Brasil.

“A evolução epidemiológica de problemas relacionados à infecção é muito mais rápida do que em outras doenças, como HIV e tuberculose“, disse.

“Estamos assistindo à chegada de uma geração de bebês que necessitam de cuidados intensos para sua melhor qualidade de vida”.

A microcefalia era, até meados do ano passado, uma doença considerada rara no Brasil e no mundo. O boletim divulgado nesta quarta-feira (20) relatou ainda 49 mortes por má-formação congênita. Desse total, em cinco se confirmou relação com zika.

“O cenário é muito dinâmico. Ele ainda vai mudar bastante”, avaliou Maierovitch.

Ele lembra que o vírus, transmitido pelo mesmo vetor da dengue, já está presente em vários países.

“A tendência é de que ocorram novos casos no Hemisfério Norte e em países onde há infestação do mosquito”.

Uma das preocupações das autoridades sanitárias brasileiras é a Região Sudeste, onde o vírus começou a circular há pouco tempo e, por isso, a grande maioria da população é suscetível.

“O Nordeste já enfrentou uma epidemia no verão passado. Não temos os números, mas há uma estimativa de que parte da população esteja imunizada. O mesmo não acontece no Sudeste”, explicou Maierovitch.

Para ele, é preciso continuar o trabalho de redução na infestação do mosquito.


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