Bahia

Siamesa de Itamaraju separada recebe dreno de emergência para ajudar a respirar

23/01/2016 - 15h02

Júlia e Fernanda Neves (2)

A siamesa separada Fernanda Neves (5 meses), teve um momento de instabilidade devido a um pneumatórax, que é o excesso de ar no diafrágma, nesta quinta-feira (14), em Goiânia. Segundo o cirurgião pediátrico Zacharias Calil, o problema provoca uma maior dificuldade na respiração. Conforme o médico, a situação foi percebida e normalizada imediatamente com a implantação de um dreno de emergência.

“O pneumotórax causa algumas complicações. A pessoa sente dor e tem dificuldade para respirar. Logo que percebemos já foi colocado o dreno de emergência, que tira o ar para fora do diafragma, e ela voltou a ficar estável. Esse dispositivo deve ser removido em dois ou três dias só com uma anestesia local”, esclareceu o médico.

Fernanda e a irmã, Júlia, eram unidas pelo tórax e abdômen e compartilhavam o fígado e uma membrana do coração. A cirurgia de separação delas foi realizada na quarta-feira (13) no Hospital Materno Infantil (HMI), onde ambas estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica.

Segundo a unidade de saúde, as gêmeas de 5 meses de vida estão em estado grave.

Calil ressaltou que durante as primeiras 48 horas após a operação as pacientes são monitoradas o tempo todo, mas esse tipo de reação, como o pneumatorx, é esperado após a cirurgia.

“É um período crucial porque, depois que os siameses se separam, existe uma verdadeira catástrofe no organismo. Até então, não se sabe como o organismo vai reagir. Em fração de minutos muda completamente a condição deles”, alertou.

O cirurgião explicou ainda que, na maioria dos casos, os bebês maiores são os que mais sofrem com a separação porque eram os mais dependentes, como é o caso da Fernanda.

“Ela é a maior, então comia menos, mas recebia mais nutrientes. A Júlia, que é a menor, se alimentava em maior quantidade, mas recebia menos nutrientes”, afirmou.

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