Fibria anuncia aumento da capacidade de produção do Projeto Horizonte 2 para 1,95 milhão de toneladas/ano
A Fibria, empresa brasileira de base florestal e líder mundial na produção de celulose de eucalipto, anuncia o aumento da capacidade de produção da nova unidade em Três Lagoas – MS, que passa de 1,75 milhão de toneladas/ano para 1,95 milhão de toneladas/ano. Essa nova ampliação do projeto não muda o investimento total previsto na obra, de R$ 8,7 bilhões, equivalente a cerca de US$ 2,4 bilhões.
A divulgação da nova capacidade de produção ocorre no momento em que a companhia celebra um ano do Projeto Horizonte 2, que já conta com 32,5% das obras concluídas.
Nesta terça-feira (31/5), o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, e o governador do estado de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, anunciam o aumento da capacidade de produção no canteiro de obras da empresa.
Somando a nova linha à atual fábrica já em operação, a unidade de Três Lagoas – MS ampliará sua capacidade de produção em 150%, superando a capacidade total de 3,2 milhões de toneladas de celulose/ano. Com isso, a capacidade total de produção da Fibria, considerando-se todas as suas unidades no Brasil, passará dos atuais 5,3 milhões de toneladas de celulose/ano para 7,25 milhões de toneladas de celulose/ano.
A Fibria tem investido no desenvolvimento da base florestal na região com o objetivo de abastecer a nova linha de produção. O suprimento de madeira necessário para a operação da nova fábrica virá de florestas cultivadas no Mato Grosso do Sul.
Serão necessários 187 mil hectares de florestas plantadas em áreas próprias, arrendamento e parcerias.
Somados os 120 mil hectares destinados a atender a fábrica atual, a base florestal que irá suprir a unidade de Três Lagoas passa para 307 mil hectares. O raio médio das florestas até as duas linhas de produção da empresa será de menos de 100 quilômetros, um dos mais competitivos do mercado.
A unidade da Fibria em Três Lagoas segue os mais modernos conceitos de ecodesign, com processos produtivos mais limpos e eficientes. Além disso, toda a energia consumida é gerada na própria fábrica, por meio de biomassa proveniente de cascas do eucalipto e biomassa líquida resultante do processo industrial. Com o aumento da capacidade de produção, a unidade industrial, além de gerar e consumir a própria energia, passará a ter um excedente de 130 MWH, que contribuirá positivamente para o balanço energético brasileiro, além de favorecer a matriz energética ao usar fontes renováveis.
“A ampliação da capacidade de produção do Projeto Horizonte 2 mostra que os fundamentos que nortearam a estruturação da expansão da nossa unidade em Três Lagoas são sólidos e amparados em uma estrutura financeira que maximizam os ganhos para a Fibria. Estamos anunciando a capacidade maior sem que sejam necessários novos aportes financeiros. Nos dá orgulho ver as obras em andamento, gerando empregos, melhoria na qualidade de vida e desenvolvimento para Três Lagoas, para o Mato Grosso do Sul e para o Brasil”, afirma Marcelo Castelli, presidente da Fibria.
Estrutura de Financiamento do Projeto Horizonte 2
Em maio deste ano, a Fibria assinou os contratos de financiamentos com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com o FDCO (Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste) da SUDECO (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste) e com a agência de crédito à exportação Finnvera da Finlândia. Com isso, todos os recursos necessários para a nova linha de produção da Fibria estão formalmente contratados e garantidos.
O custo médio do financiamento do Projeto Horizonte 2 ficará em 2,1% ao ano, em dólar. A solução financeira para o projeto irá melhorar a qualidade de crédito da companhia, reduzindo o juro médio atual em dólar de 3,4% para 2,9%, e com vencimento em prazos mais longos.
Como complemento às linhas de financiamento, a Fibria irá obter os demais recursos necessários para o projeto com a liberação de capital de giro decorrente do contrato feito em 2015 com a Klabin para comercialização da celulose proveniente do projeto PUMA.
O BNDES aprovou financiamento no valor de R$ 2,3 bilhões para a Fibria. O projeto inclui a aquisição de vagões, locomotivas, máquinas e equipamentos nacionais, além de investimentos sociais em áreas de influência da empresa. Como parte do funding do projeto, a Fibria contou com a emissão de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), realizada em outubro de 2015, no valor total de R$ 675 milhões.
Com isso, a empresa pôde se beneficiar do Programa de Incentivo ao Mercado de Renda Fixa, criado pelo BNDES em 2015, que visa estimular o mercado de capitais no Brasil.
Já a SUDECO (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste) concedeu um financiamento no valor de R$ 831,5 milhões para a Fibria. A empresa se enquadra na prioridade setorial da SUDECO por pertencer ao setor tradicional e por se tratar de uma indústria de celulose integrada a um projeto de reflorestamento, e também na categoria prioridade espacial por estar localizada no município de Três Lagoas – MS e ser classificada na tipologia da PNDR (Política Nacional de Desenvolvimento Regional), o que confere preferência na aplicação de recursos do FDCO.
No mercado externo, a Fibria acessou duas linhas de financiamento, sendo US$ 400 milhões em empréstimo sindicalizado, via pré-pagamento de exportação, com custo médio de taxa Libor mais 1,43% e prazo médio de 5 anos; e outros US$ 400 milhões com a agência de crédito de exportação Finnvera da Finlândia, que financia equipamentos deste país.
Compromisso com a comunidade
Com o Projeto Horizonte 2, a Fibria reafirma o compromisso de atuar de forma responsável no fomento e desenvolvimento contínuo de suas comunidades vizinhas. Por isso, a empresa anuncia também o Programa Básico Ambiental, que vai investir mais R$ 6,2 milhões em Três Lagoas na compra de equipamentos para secretarias municipais e reformas em quatro escolas municipais, de uma Clínica Odontológica e de uma Clínica Ortopédica. Outras entidades também estão sendo contempladas, como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil, Centro Salesiano e APAE.
Os municípios sul-mato-grossenses de Brasilândia e Selvíria também serão beneficiados com investimento superior a R$ 1,9 milhão em reforma de escola municipal e hospital. O governo do Mato Grosso do Sul recebeu repasse de R$ 34 milhões de compensação ambiental, totalizando R$ 41, 5 milhões em investimentos no estado e nas comunidades locais.
Ao longo dos dois anos de execução do projeto serão criados 40 mil empregos diretos e indiretos. Durante o pico da obra, serão cerca de 10 mil trabalhadores. Quando entrar em operação, a nova linha de celulose da Fibria terá 3 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos. Também durante a construção do projeto, a Fibria contará com cerca de 60 fornecedores de Três Lagoas, contribuições que favorecem o desenvolvimento econômico do município, com melhoria na qualidade de vida dos cidadãos e de suas famílias.
As obras também terão impacto positivo nas finanças públicas, com estimativa de arrecadação de impostos de cerca de R$ 450 milhões durante a construção.
O projeto de expansão da unidade da Fibria de Três Lagoas prevê outros R$ 11,7 milhões em investimentos sociais em parceria com o BNDES. Além de saúde e educação, os investimentos sociais preveem projetos de geração de renda, inclusive com a ampliação do PDRT (Programa de Desenvolvimento Rural Territorial), que ajuda a desenvolver nas comunidades rurais do entorno formas de garantir renda e inclusão social. Ao todo, serão 43 projetos beneficiando 43 mil pessoas.