Setembro Dourado na luta contra o câncer infantojuvenil
Uma doença grave atinge crianças e adolescentes que, mesmo com pouca idade, já enfrentam a luta contra o câncer. Felizmente raro, esse tipo da doença, assim como os outras exemplos de câncer, tem mais chances de cura se diagnosticado precocemente, mesmo que o melhor remédio ainda seja a prevenção. O Setembro Dourado surge com a proposta de ser um mês dedicado a estimular ações preventivas e educativas associadas à doença, além de promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral às crianças e adolescentes com câncer.
O diagnóstico de câncer gera dúvidas e implica em grandes mudanças na rotina do paciente e familiares, ainda mais tratando-se de uma criança ou adolescente. “Quando o câncer é descoberto nessa faixa etária, a situação se torna ainda mais delicada. Muitos pais se sentem responsáveis pela doença, pensando que poderiam ter feito algo para evitar o quadro”, explica a médica oncopediatra da Oncomed-BH, Dra. Fernanda Tibúrcio.
Ainda de acordo com a oncologista, mapear as causas do surgimento de tumores nas crianças e adolescentes é diferente da forma como acontece em adultos. “Alguns diagnósticos estão associados à disposição genética. Diferente dos adultos, não existe associação com tabagismo ou etilismo, por exemplo. Além disso, algumas condições genéticas aumentam a incidência de certos tipos de câncer, como a relação entre crianças diagnosticadas com Síndrome de Down e a leucemia”, afirma.
Como a disposição genética é um dos principais fatores de risco, a consulta familiar ao oncogeneticista pode ser uma boa forma de diagnóstico precoce. Este tipo de profissional atua no aconselhamento genético às famílias com suspeita de síndrome de predisposição hereditária ao câncer, buscando a prevenção ou a detecção precoce em indivíduos de alto risco. O trabalho envolve consulta especializada, utilização de ferramentas de predisposição de risco, construção de heredograma, exame físico médico detalhado e indicação ou não de testes moleculares.
Também é de extrema importância que os pais fiquem atentos para a saúde dos filhos, mantendo visitas periódicas com o pediatra. “Sintomas como perda de peso, palidez, anemia, febre baixa constante, dor óssea ou nas articulações sem histórico de trauma no local e massas abdominais devem ser observados pelos responsáveis e relatados ao médico”, pontua Dra. Fernanda.
Assim como nos adultos, existem várias modalidades de tratamento como a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, que podem ser usadas em conjunto ou não. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que ocorrerão cerca de 12.600 casos novos de câncer em crianças e adolescentes no Brasil por ano em 2016 e em 2017. Ainda segundo o INCA, a doença já representa a primeira causa de morte (7% do total) entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, no Brasil, e em países desenvolvidos. Porém, nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento desse tipo de câncer foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 70% das crianças e adolescentes acometidos podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
Fonte Sulbahianews/Melina Capila