Bahia

BA: a cada 10 famílias, 7 não autorizam a doação de órgãos de parentes

25/05/2016 - 09h39

Doação de orgãos

Na Bahia, a cada 10 famílias de pacientes com morte cerebral, sete não autorizam a doação de órgãos. As informações são da Sesab (Secretaria da Saúde do Estado da Bahia).

Rins e córneas são os órgãos mais aguardados pelos pacientes.

Ainda conforme os dados da Sesab, ao todo são 987 mil pacientes esperando transplante de rins no estado, 92 na fila para ganhar um fígado e 1.246 no aguado de córnea. Enquanto isto, a média é de 10 doações por mês de múltiplos órgãos, enquanto o ideal seria 30. Com relação às doações de córnea, a Sesab aponta que são feitas 25 por mês, enquanto a meta fica em torno de 100.

Segundo a nefrologista Caroline Neves, existem poucos centros de transplante no estado.

Nós temos apenas três centros transplantadores na Bahia: um em Feira de Santana e dois em Salvador. E todos esses pacientes que fazem diálise precisam se deslocar para passar por todo o processo de avaliação e realização de exames apenas em um destes três centros”, afirma.

A professora Marli da Silva foi uma das que tiveram sorte. Ela estava com problemas nos rins, e depois de mais de dois anos de espera, foi transplantada há um mês. Ainda no hospital, a professora já se sente com uma vida nova.

Saber que eu posso fazer as coisas, que eu posso comer o que eu quero, que eu posso viajar. Eu queria ter a oportunidade de conhecer essas pessoas [que autorizaram a doação], poder abraçá-las e agradecer”, diz.

Além de rim, na Bahia também são feitos os transplantes de pulmão, coração, fígado, córnea e medula, em cinco hospitais de Salvador, Feira de Santana e Itabuna. Faltam unidades especializadas em transplante de pâncreas e em transplantes de mais de um órgão.

Para América Carolina Sodré, coordenadora da Central de Transplantes da Bahia, faltam estrutura e profissionais.

Agente precisa organizar melhor nossa estrutura, ter profissionais que tenham interesse em realizar esses transplantes, bem como é necessária se ter uma demanda de pacientes que justifique montar toda essa estrutura, credenciar esses centros e essas equipes”, destaca.

A pensionista Maria Ilma Dias, que acabou de receber um rim, se diz aliviada por ter conseguido o transplante.

Tenho 49 anos, e desde os 41 que estou nessa luta. Mas com fé em Deus jamais eu vou voltar para uma máquina de hemodiálise”, desabafa.


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