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O fim do 13º BPM: um projeto para acabar de vez com a segurança pública de Teixeira de Freitas

07/07/2014 - 18h05
Coluna Pensando com Coragem

Queridos amigos, estamos iniciando uma nova semana. E ela promete! Na terça-feira, 8 de julho, às 17 horas, o Brasil enfrenta a Alemanha, em jogo válido pela semifinal da Copa do Mundo. Será uma verdadeira pedreira, a Seleção Brasileira vai precisar mostrar em campo que não é tão dependente de Neymar como parece, o craque dono da camisa 10 está fora da Copa após ter quebrado a terceira vértebra da coluna, numa entrada desleal do defensor colombiano na última partida.

Mas, fora isso, o Brasil deverá passar pela Alemanha e pegar Holanda ou Argentina na grande final, que será no domingo, 13 de julho, no Maracanã. Esperamos que isso, de fato, aconteça.

Vamos ao assunto proposto para essa semana!

Teixeira de Freitas poderá perder o seu 13º BPM.

Um assunto veio à baila essa semana, e ele pode significar o fim da segurança pública de Teixeira de Freitas. Trata-se do Projeto de Lei nº 20.884/2014, que reorganiza a Polícia Militar da Bahia, dispõe sobre seu efetivo e dá outras providências, reza da finalidade, competências, extinções e criações de novas unidades de policiamento.

No novo projeto do governo da Bahia, a cidade de Alcobaça ganha a 89ª Companhia Independente da Polícia Militar, com atuação nos municípios de Alcobaça e Caravelas. E o distrito de Itabatã, a 90ª Companhia Independente da Polícia Militar, com atuação nos municípios de Mucuri e Nova Viçosa.

Já Teixeira de Freitas sairia perdendo com a possível aprovação do referido projeto, uma vez que, deixaria de ter um batalhão de polícia para ter uma companhia independente, o que representaria uma perda significativa, haja vista que, a companhia não possui as mesmas condições que um batalhão, além de não poder contar com o mesmo contingente de policiais.

O projeto seria um retrocesso para segurança pública de Teixeira de Freitas, que mesmo contando com um batalhão de polícia ainda é capenga, porque falta efetivo, os policiais que estão lotados no 13º BPM nem de longe são o suficiente para uma cidade do tamanho de Teixeira.

Segundo dados do IBGE, Teixeira de Freitas possui, hoje, 157 mil habitantes, divididos em 63 bairros e cinco povoados, ou seja, 68 locais diferentes que precisam de policiamento. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), seria necessário um policial para cada mil habitantes, isso para uma segurança mínima, o que quer dizer 157 policiais por plantão, como a polícia trabalha no regime 24 por 72, ou seja, 24 horas de trabalho por 72 de folga, seria necessário 628 policiais, isso para que o município tivesse o mínimo de segurança.

O 13º BPM responde hoje por, além de Teixeira de Freitas, Alcobaça, Caravelas, Mucuri, Nova Viçosa e os distritos de Itabatã e Posto da Mata. No contingente do 13º não tem 157 policiais para serem divididos com todas essas cidades, o que significa que o policiamento ostensivo é carente não só em Teixeira, mas, em todo o Extremo Sul.

A falta de policiamento ostensivo é um dos fatores que contribuem para o aumento da violência. Se o policial tivesse na rua, o assassino não executaria sua vítima em via pública, o ladrão não tomaria o celular do cidadão em pleno centro da cidade, o assaltante não realizaria assalto a qualquer hora do dia, ainda mais em locais movimentados, ou seja, se hoje temos pessoas morrendo a qualquer hora do dia a culpa é do governo, que não bota policiais o suficiente, se as pessoas não podem usar o que têm, a culpa é do governo, que não oferece uma segurança de qualidade.

Os nossos policiais militares mereciam receber todos os dias ao final do plantão uma medalha de honra ao mérito, porque não é fácil fazer segurança com um terço dos policiais que precisamos. Ainda conseguimos andar pelas ruas graças aos valorosos homens e mulheres da gloriosa Polícia Militar da Bahia, que são verdadeiros heróis.

Agora, com toda a sensação de insegurança que temos, com toda carência de efetivo, o governo do Estado ainda vem querendo deixar a situação mais dolorosa. O que mesmo o governo pretende com isso?

Esse projeto vai à votação na próxima terça-feira, 8 de julho, dia de jogo do Brasil, onde a maioria do baianos estarão com as atenções voltadas para a partida, ou seja, o projeto vai ser votado praticamente na surdina.

Está Teixeira de Freitas preparada para sobreviver sem o 13º BPM?

Nossas autoridades têm noção do que pode acontecer, caso esse projeto seja aprovado?

Nossos deputados estaduais pelo menos pararam para analisar o referido projeto?

Precisamos rever as questões ligadas à segurança pública, mas, não tentar acabar com a pouca que temos.

Analise direito o que pode acontecer com o fim do 13º BPM.

Obrigado a todos e boa semana.

Jotta Mendes é radialista e repórter


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