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O maior derrotado do Extremo Sul

10/11/2014 - 08h43

FOCO NO PODER

Por Dilvan CoelhoFoco no poder Dilvan

Razões do resultado da eleição

Passado cerca de 30 dias das eleições, seria bom que se fizesse um estudo sobre as razões do resultado, tanto para quem ganhou como para quem perdeu. Para quem ganhou saber valorizar os fatores que conduziram a vitória e para quem perdeu identificar os erros cometidos e servir de aprendizado para futuramente não cometer os mesmos erros, pois, perde quem erra mais. No caso da Bahia, mais uma vez Paulo Souto perdeu, foram três vezes consecutivas. A pergunta que mais ouvimos é: quais as razões que levaram Paulo Souto à derrota, uma vez que tinha como certa a vitória?

O recado que as urnas mandaram

Estudos realizados pelo Ibope antes das eleições mostravam que o eleitor está evoluindo devido ao nível de informação que detém hoje, principalmente através da internet, enquanto os políticos continuam parados no tempo e fazem campanhas olhando para o retrovisor, achando que o que deu certo no passado dará certo no presente, entretanto, muitos foram surpreendidos com o resultado das urnas. Nas eleições anteriores, os cabos eleitorais e vereadores tinham mais controle sobre os eleitores, nesta eleição, se percebeu que eles não exercem mais tanta influência. Quem pagou um alto preço pelo apoio deles se deu mal, porque os votos não apareceram nas urnas.

Jaques Wagner foi o grande vitorioso

O governador Jaques Wagner saiu como o grande vitorioso nesta eleição. Não somente porque deu a vitória a um candidato que ninguém acreditava, mas foi um dos principais interlocutores da presidenta e foi o coordenador da campanha no Nordeste, aonde Dilma ganhou com mais de 17 milhões de votos de frente. Por conta da sua atuação política, Wagner se credenciou para ser homem forte no segundo mandato de Dilma Roussef. Não se sabe ainda qual pasta irá ocupar, entretanto, deve ser um cargo estratégico de articulação política, provavelmente a Casa Civil.

O maior derrotado do Extremo Sul

Dos prefeitos do extremo sul da Bahia, certamente, foi o prefeito de Itamaraju, Pedro da Campineira, o maior derrotado. Ele é filiado ao PSD de Otto Alencar, mas, apoiou Paulo Souto, Geddel Vieira Lima e também Aécio Neves. Diga-se de passagem, ele foi o prefeito da região que mais recebeu obras do governo, em cada bairro tem uma obra em execução ou que já foi inaugurada. Para ser reeleito teve o apoio importante do deputado Ronaldo Carletto, a quem ele também traiu. O maior beneficiado com as trapalhadas políticas do prefeito é Dalvadisio Lima, que é o seu principal adversário.

Encontro de Valmir Assunção com lideranças

No último sábado, 8 de novembro, o deputado Valmir Assunção teve encontro na fazenda Cascata com diversas lideranças que o apoiaram na região. O deputado que tem sua base política no movimento dos sem-terra é natural de Itamaraju, e é hoje, sem sombra de dúvida, a maior liderança política do Extremo Sul da Bahia. Certamente, Valmir vai ser homem forte do governo de Rui Costa, porque foi um contados primeiros a acreditar na vitória do governador eleito. Valmir tem ampliado sua base política na região, em Itamaraju deverá eleger o próximo prefeito. Em Teixeira de Freitas, ele aposta na reeleição de João Bosco, o que não vai ser muito fácil, porque mesmo executando obras teve um péssimo desempenho nas urnas na última eleição.

Governar é eleger prioridades

Teixeira de Freitas, a maior cidade do Extremo Sul da Bahia, deve ter hoje cerca de 180 mil habitantes e é a décima cidade da Bahia.  O município cresceu sem infraestrutura porque o poder público não acompanhou o seu crescimento. Atualmente, existe grande esperança da liberação dos recursos do PAC no valor de 300 milhões de reais. Se isso realmente acontecer, vai haver uma revolução de obras na cidade. O ex-prefeito Padre Apparecido, mesmo desgastado, foi reeleito devido às obras de asfaltamento que fez nas vésperas da eleição. Ocorre que ninguém podia questionar a honestidade do prefeito. No caso de João Bosco, existem dois itens que pesam muito: a honestidade e a ingratidão com a maioria dos que ajudaram ele chegar ao poder. O “rouba mas faz”, não é mais aceito.


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