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Empresária teixeirense aconselha mulheres a não desistirem de seus sonhos

07/03/2019 - 13h42

Eu não tinha opção de dar errado. Acredito que persistência é a palavra-chave.

Essa é a explicação que a mineira, Ana Amélia, dá quando perguntam o que fez o seu negócio dar certo. Formada em Engenharia de Laticínios pela Universidade Federal de Viçosa e pós-graduada em Gerenciamento de Micro e Pequenas Empresas pela Universidade Federal de Lavras, abriu seu próprio negócio em outubro de 2007.

A inspiração de ser empreendedora veio da família. O pai é dono de farmácia e ela sempre teve vontade de também trabalhar para si mesma. Depois de formada, trabalhou por três anos em um laticínio do Rio de Janeiro, onde teve contato com todas as etapas da produção.

Quando se mudou para Teixeira de Freitas, ficou um período dando consultorias pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Depois dessas experiências e já com a formação na área, sentiu que era hora de construir algo próprio.

A ideia de colocar uma cafeteria e queijaria veio da criação em Minas Gerais, onde, segundo ela, tudo é motivo para sentar e tomar um café.

Decidi que estava na hora, mas não foi um ano fácil. Estava casada há pouco tempo e engravidei de minha primeira filha quando estava montando meu negócio. Ela tinha apenas dois meses quando comecei a produzir. Um mês de produção depois, abrimos as portas do Fino do Leite.

No início, as coisas eram um pouco diferentes. O foco maior era nos queijos feitos por eles mesmos e também os queijos mais finos, como brie e gorgonzola. O espaço para o público era menor, com uma área para produção no fundo e um galpão. Com o tempo, Ana conta que foi atendendo mais às necessidades das pessoas e fazendo adaptações.

O espaço cresceu bastante e muitas coisas entraram no cardápio, mas sempre mantendo a linha de alimentação mais natural e saudável. Assim, no empreendimento hoje as pessoas encontram queijos, leite, iogurtes e agora em 2019 até produtos sem lactose. Mas no cardápio tem variedade de sucos, todos feitos da fruta, tapiocas, crepiocas, cuscuz, pão de queijo recheados, saladas de frutas e muito mais.

DESAFIOS FEMININOS NO NEGÓCIOS

Mesmo com quase 12 anos de empresa e muitos outros de estudo e atuação profissional, Ana ressalta que não é fácil ser mulher no mundo profissional.

Quando encontro algum fornecedor ou prestador de serviço que dê certo comigo, mantenho para a vida toda. Muitos homens ainda têm dificuldades em receber ordens de mulheres. No início, eu trabalhava com homens aqui, eles faziam alguns queijos que precisavam de mais força, como muçarela. Mas comigo, particularmente, não deu muito certo. Hoje trabalho só com mulheres e produzimos apenas aquilo que damos conta, foi bem melhor.

Tratando-se de equilibrar a vida profissional com a pessoal, ela ressalta que também é preciso ter jogo de cintura, já que além de ter que dar conta de todas as demandas do negócio, também precisa cuidar da casa, dar atenção aos filhos e também ao marido.

Muitas mulheres acabam ficando receosas em conseguir equilibrar tudo, mas eu aconselho muito a tentar. Se você tem um sonho já enterrado, desenterre e vá atrás. Essa realização pessoal é maravilhosa e nós mulheres damos conta do recado”, aconselha.

EMPREENDEDORAS BAIANAS

Um levantamento feito pelo Sebrae Bahia em 2018 comprova essa presença cada vez maior das mulheres no mundo dos negócios. A Unidade de Gestão Estratégica da instituição aponta que foram identificadas mais de 93 mil empreendedoras ou candidatas a empresárias cadastradas na base de atendimento do Sebrae no estado até maio de 2018.

Desse universo, a pesquisa ouviu 2.194 mulheres e constatou que 77% delas possuem empreendimentos formalmente constituídos, sendo que quase metade destas buscaram orientação do Sebrae para a formalização. Outras 49,75% têm empreendimentos formalizados acima de três anos. A maioria (45,79%) é formada por microempreendedoras individuais, seguidas por donas de microempresas (24,32%) e donas de pequenas empresas (7,75%).

A pesquisa mostra ainda que as empreendedoras percebem a importância da formalização do negócio. Para 78%, ter a atividade formalizada ajudou no negócio. Percebe-se ainda um equilíbrio entre o empreendedorismo por oportunidade e por necessidade. Segundo a pesquisa, 25,67% fizeram a opção por empreender, enquanto 24,07% foram desligadas de emprego com carteira assinada e decidiram abrir um negócio. A maioria delas está no setor de comércio (50,86%) e serviços (38,76%).


Edição Bell Kojima/Repórter Coragem

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