Mais um dia dos pais sem você…
Essa data, por muitas vezes foi avassaladora pra mim. Não sei de onde surgiu essa necessidade de lamentar a sua partida, como se tudo na nossa história tivesse se tornado apenas dor e luto, mas inconscientemente ela vem.
Eu sei que me ver chorar não te faria feliz; me lembro do quanto se esforçava pra ver o meu sorriso, então decidi que esse ano será diferente.
Sim, perdi meu super-herói!
Hoje os monstros da vida conseguem se aproximar com mais facilidade, e a sensação de não ter meu protetor ao meu lado é de angústia, confesso. Eu agradeço por ter me ensinado a lutar, insistentemente, como se soubesse de cada pedra que eu tropeçaria pelo caminho, e quisesse me proteger mesmo quando não estivesse por perto pra fazer isso por mim.
Já me lamentei muito em outros domingos como esse, mas hoje me pus a pensar em tudo o que aprendi contigo, nos almoços de domingo na casa de vovó, na sua barba que arranhava o meu pescoço com o único intuito de me fazer cócegas (e eu amava!), lembrei-me das suas histórias, do tom da sua risada, do cheiro que você tinha. Não é justo que eu me sinta triste!
Pensei em todas as pessoas que existiram antes de você, em todas as milhares que existirão depois, e me dei conta de que nesse mundo de tantos pais e tantos filhos, Deus presenteou justamente à mim com seu amor. Eu resolvi ser grata porque de tantas vidas por aí, de tantos caminhos, de tantas possibilidades, você foi existir aqui, pertinho de mim, mesmo que por pouco tempo.
A vida me deu o melhor presente que alguém poderia ganhar, e ele me amou até seu último suspiro.
Foi uma honra ter feito parte da sua história.
Feliz dia dos Pais, onde quer que esteja!
Texto: Débora Rezende