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Na semana da água o rio Mucuri é jogado na UTI pela Suzano papel e celulose

22/03/2014 - 17h59
Rio Mucuri

O dia 22 de março é mundialmente lembrado por ser o dia mundial da água, onde se promove por toda a extensão do globo terrestre ações voltadas para a educação ambiental, preservação, manutenção de mananciais e diversas outras atividades que alertam para a necessidade de se proteger essa importante fonte de vida. O planeta Terra é formado por ¾ de água (doce e salgada) a água apropriada para o consumo humano é a doce. E ela representa apenas 2,5% do total de águas do mundo (os outros 97,5% são água salgada, disposta em mares e oceanos). E a Suzano vem com muito êxito asfixiando a larga escala umas das principais bacias hidrográficas da região, o rio Mucuri.

Peixe morto no rio com dejetos da Suzano

Há muito tempo a imprensa questiona as ações da Suzano Papel e Celulose junto ao rio Mucuri, a forma com que ela vem tratando o rio, jogando seus dejetos e matando aos poucos aquele que é a fonte de renda para muita gente, inclusive a própria Suzano. Em uma reunião realizada no dia 10-04-13 na sala de reuniões da sub prefeitura de Mucuri em Itabatã, promovida pela ANA (agencia nacional de águas) para tratar de assuntos pertinentes a outorga de água da Suzano papel e celulose, ficou bem claro quais eram as verdadeiras intenções da empresa, e as atrocidades que a mesma já vinha cometendo desde o ano de 2010.

Para espanto de muitos e surpresa de quase ninguém, os fiscais da ANA, confirmaram as suspeitas que já eram dadas como certas por todos na região, a Suzano está matando o rio Mucuri aos poucos, jogando ali matéria orgânica acima do permitido desde 2010, e o pior sem qualquer perspectiva de readequação as normativas. A empresa propôs inclusive que a ANA suba o nível do rio Mucuri de 2 para 3 (esses níveis ditam o grau de poluição do rio, um rio de nível 3 é quase que um rio morto) para que assim ela não tenha que investir em ações que possam aumentar o grau de eficiência na despoluição e consequentemente onerar sua produção.

Questionado pelo comunicador Neuzivan dos Santos quanto ao objetivo da vinda ao município, as penalidades que poderiam ser impostas a empresa, e como chegaram a esses dados (questionamentos no áudio abaixo), o Jackson foi bem detalhista nas informações, segundo ele a equipe estaria naquele momento na cidade para avaliar as irregularidades encontradas nas contra provas dos testes de laboratórios enviados pela Suzano, onde vários deles não eram compatíveis com os encomendados pela ANA (numa clara constatação de que estes eram adulterados pela Suzano). Os fiscais ainda afirmaram que por não conseguir se adequar as normas ambientais estabelecidas, a Suzano havia proposto elevar o rio Mucuri para a categoria 3, dando a ela um “salvo conduto” e claro abrindo precedentes para uma maior poluição do rio Mucuri.

A empresa Suzano Papel e Celulose instalada no distrito de Itabatã no município de Mucuri é hoje a maior fábrica de papel do Brasil e uma das maiores no mundo na fabricação de celulose. O empreendimento também está sendo a maior responsável pela poluição do rio Mucuri segundo os moradores da região. Uma faixa completamente densa jorrada dos canos no fundo do rio toma conta das águas por meio de um atamento que se ver claramente. A diferença do líquido na cor de carvão que vem da Suzano, com a água do rio é evidente, cuja mancha negra vai se espalhando ao longo do canal conforme vai conseguindo extensão sobre as águas.

As populações de modo em geral bem como os produtores que sobrevivem do rio Mucuri pedem uma intervenção do Ministério Público, OAB, Entidades de Classe, Associações, Secretaria do Meio Ambiente do estado da Bahia e Justiça Federal para que não deixem a empresa de papel e celulose jogar os dejetos no rio Mucuri, porque este ato está levando a morte de peixes e destruindo o Meio Ambiente.

Conforme as pessoas que vivem da pescaria na região, mesmo com uma série de denúncias feitas pela imprensa a multinacional continua causando vários transtornos ao meio ambiente em decorrência de detritos vindos da sua fábrica. “Veja como está consumida essa área, a Suzano está acabando com o rio e prejudicando a nossa pesca, com isso viveremos de que?” indagou um pescador que vive na região.

Numa iniciativa independente do ano de 2011, os Repórteres Thyago Ramos e Cláudio França, posteriormente veiculada como matéria no site liberdadenews, acompanharam o sofrimento dos pescadores e meses após a reportagem, nenhuma solução foi providenciada nem pela Secretaria do Meio Ambiente no município de Mucuri, ou pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Os moradores da região aguardam ansiosos que os poderes constituintes resolvam efetivamente os problemas, pois segundo eles a renda das famílias com relação à pescaria correm riscos de extinção.

Fonte Noticia10


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