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Teixeira de Freitas: 29 anos de história

09/05/2014 - 12h23
Vista panoramica de Teixeira de Freitas

Teixeira de Freitas teve sua origem em consequência do grande volume de madeira de lei existente na região, o que proporcionou a formação de casas, criando, assim, o povoado, que mais tarde foi denominado São José de Itanhém, por ficar próximo à margem esquerda do rio Itanhém.

Na década de 1950, quando ainda existiam matas virgens por aqui, chegaram os Srs. Hermenegildo Félix de Almeida e Júlio José de Oliveira, iniciando o desmatamento; posteriormente, a firma Eleosíbio Cunha construiu um acampamento coberto de palhas, dando início à extração de madeira. Mais tarde chegaram para fixar residência no dito povoado, os Srs. Joel Antunes, Manoel de Etelvina, Aurélio José de Oliveira, Duca Ferreira e a família dos Guerra.

Em 14 de abril de 1958, na capela de São Pedro, foi celebrado o primeiro casamento religioso, sendo o celebrante o Frei Olavo (OFM) e como nubentes, o Sr. Aurélio José de Oliveira e D. Izaura Matias de Jesus.

Com o grande comércio de madeira de lei, o povoado desenvolveu bastante, provocando a imigração de comerciantes, agricultores e pecuaristas de outras regiões, entre eles, os Srs. Hegberto Rabelo Pina e Alcenor Barbosa.

Com a morte do ilustre baiano e estatístico Dr. Mário Augusto Teixeira de Freitas, o idealizador e organizador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o governo achou por bem prestar-lhe uma homenagem póstuma, tendo os chefes das Agências de Estatísticas recebido ordem da direção central do IBGE, no sentido de propor junto aos prefeitos de cada município que fosse dado o nome de Teixeira de Freitas a um logradouro. Em 1957, o então chefe da Agência de Estatísticas de Alcobaça, em cumprimento às determinações emanadas da Inspetoria do IBGE na Bahia, oficialmente solicitou à Prefeitura e Câmara de Alcobaça a homenagem póstuma ao imortal baiano Teixeira de Freitas, dando-lhe o seu nome ao Povoado de São José de Itanhém, o que foi bem aceito pelo, então, Prefeito Municipal, através do Ofício de nº 91, de 14 de fevereiro de 1957, com o seguinte teor: “Sr. Agente, tenho a satisfação de comunicar a V. S. que no entroncamento da rodovia que liga esta Cidade a Medeiros Neto com o ramal do Porto São José, está sendo fundado um povoado, obedecendo todas as técnicas urbanísticas, que por deliberação desta Prefeitura, em homenagem ao grande criador do IBGE recebeu o nome de Teixeira de Freitas.”

Desmembrado dos municípios de Alcobaça e Caravelas através da Lei 4.452, de 09/05/1985, Teixeira de Freitas faz limites com os municípios de Vereda, Alcobaça, Caravelas, Prado e Medeiros Neto.

A cidade de Teixeira de Freitas não surgiu por acaso, mas, sim, por uma série de transformações na política do Estado, do país e das rotas de comerciantes que tanto favoreceram na posição central da cidade.

Este local onde se localiza a área urbana da cidade hoje, antigamente não passava de floresta, mata e brejo, só possível de alcançar através de trilhas por dentre as matas ou pelos trechos navegáveis do rio Itanhém, também conhecido pela alcunha Alcobaça.

Navegar era a primeira opção dos moradores das pequenas comunidades rurais, em sua maioria negra, que habitavam a região. Na década de 1940 a Fazenda Cascata ocupava uma posição central, porque ofertava meios para abastecimento e escoamento das fazendas vizinhas com a Nova América, Água lima, Conceição, Cascata e Japira.

Na cascata havia, além da farinheira, a casa do proprietário Joaquim Muniz e outra mais distante próxima ao rio Itanhém. Também havia uma venda onde era possível adquirir produtos industrializados, uma espécie de mercearia que vendia de tudo.

Mesmo tendo a população rural se fixado próxima ao rio Itanhém, foi ao redor da praça dos Leões que a cidade desabrochou. Sabemos pelos antigos moradores que anterior à década da urbanização do espaço, 1950, já existia movimento de moradores pela região, como, por exemplo, na Fazenda Nova América.

A Nova América foi adquirida pelo senhor José Félix Correia no ano de 1923. Lá, em 1947, foi construída uma capela. Nesta capela, diversos padres, entre eles frei Olavo (O.F.M), realizavam casamentos, missas e batizados, o que fez da fazenda um importante ponto de encontro das fazendas vizinhas.

Na década de 1950, começava a exploração de madeira pela empresa Eleuzibio Cunha, que financiou a abertura da estrada de ligação ente Barcelona, distrito que pertence ao município de Caravelas, e Santa Luzia, localidade do município de Nova Viçosa, na Bahia.

Com o aumento do trânsito dos madeireiros, mudaram-se para um lugar, chamado na época de “Mandiocal”, os negros Francisco Silva e Manoel de Etelvina – este abriria um boteco, tornando-se o comerciante pioneiro. Assim, iniciava-se o “comércio”, mais tarde denominado de “Comércio dos Pretos”.

Em 1957, antes que o povoado que surgia no entroncamento das rodovias, recebesse um nome “ainda pior”, foi batizado pelo prefeito de alcobaça, Manoel Euclides Medeiros, com o nome de Teixeira de Freitas, em homenagem ao pai da estatística brasileira.

Teixeira de Freitas, o povoado, surgido então dividido entre dois municípios, Alcobaça ao norte e Caravelas ao Leste. Os anos 1960 trouxeram grandes transformações para o povoado.

Nesta década as chegadas das indústrias madeireiras, agropecuária e de moradores de outros Estados fizeram a pequena comunidade formada por negros e madeireiros explodir em um fenomenal crescimento.

Na Bahia, sob o regime militar em 1971, o povoado de Teixeira de Freitas recebeu a visita do governador do Estado, Antônio Carlos Magalhães. A visita dele fazia parte da política de expansão de sua influência e do território.

Em 1974 foi realizada a primeira exposição agropecuária de Teixeira de Freitas. Um grande evento montado para mostrar o potencial da futura cidade. Neste ano Teixeira contou com a visita de Alysson Paolinelli, que era ministro da Agricultura do governo Geisel (1974 a 1979).

Também em 1974 o governador Antônio Carlos Magalhães volta a Teixeira de Freitas. Foi recepcionado pelo prefeito de Alcobaça, Wilson Brito, que morava aqui e, naturalmente, o favorecia. Neste dia, a cidade se tornou capital da Bahia durante dois dias.

Em 15 de novembro de 1984 foi realizado o plebiscito onde os moradores dos dois lados, Alcobaça e Caravelas, expressaram o desejo de emancipação e não depender mais das sedes.

Em 1985, a população em festa escolheu o primeiro prefeito, Timóteo Alves de Brito, em janeiro de 1986 foi empossado prefeito na primeira sessão da Câmara realizada no clube Jacarandá.

Depois dele administrou a cidade: Francistônio Pinto – em memória (1989 a 1992), novamente Timóteo Alves de Brito (1993 a 1996), Wagner Mendonça (1997 a 2000 e 2001 a 2004), Aparecido Staut (2005 a 2008 e 2009 a 2012) e agora o atual prefeito é o médico João Bosco Bittencourt.

Hoje, a cidade é uma corrente, com um comércio forte, associações comerciais organizadas e presentes, cuja força está na soma de todos estes elos: banco, industrial, agricultores, administradores e povo. Mais do que uma cidade, Teixeira é o lar, o lugar onde se encontram médicos, escolas e faculdades, enfim, a terra onde se plantando tudo dá.

Fonte: Tirabanha


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