Bahia

Desenvolvimento Sustentável e Arranjos Produtivos Locais

12/08/2017 - 09h39

As perspectivas são alarmantes quando o assunto é economia e meio ambiente.  Os dados, frequentemente divulgados, indicam uma verdade irrefutável, os recursos são esgotáveis e a exploração do homem tem sido feita de forma irresponsável. No entanto, há muito se tem pensado alternativas para que a natureza e o homem possam coexistir, como deve ser, o ser humano entendendo que para manter a sua espécie é necessário que a natureza viva.

Temos, então, a noção de desenvolvimento sustentável, o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

Na região Extremo Sul, inclusive, fora lançado em 2012 o Plano de Desenvolvimento Sustentável da Costa das Baleias, que são as diretrizes estabelecidas para guiar os 13 municípios – Jucuruçu, Itamaraju, Itanhém, Medeiros Neto, Lajedão, Ibirapuã, Vereda, Prado, Alcobaça, Caravelas, Nova Viçosa, Mucuri e Teixeira de Freitas – na caminhada em busca de uma economia mais sustentável, que não agrida o meio ambiente, e que aproveite os recursos que a Região oferece para produzir riquezas. Como, por exemplo, o turismo, sobretudo na alta temporada de visitas às belas praias do nosso litoral.

   Além disso, há ainda a ideia de aliar a produção de eucalipto com a criação de gado, dois fortes produtores de renda para o Extremo Sul.

A silvicultura também pode ser aplicada para fabricação de móveis, e a produção de madeira para serrarias que pode ser usada na construção civil de todo País, isso iria gerar mais emprego e renda, com a proliferação de serrarias na região, o que vai propiciar, mais ainda, a implantação de florestas renováveis.

As ideias são várias e os benefícios incontáveis – a longo e curto prazo. O Brasil, há anos, pensa alternativas para a política de exploração irresponsável que começou há séculos, com os colonizadores, cujos efeitos são sentidos hoje e, se nada for feito, serão ainda mais fortes nas gerações vindouras.

Dentre as alternativas no âmbito de governo federal para fomentar a economia sem se perder do foco da sustentabilidade, estão os Arranjos Produtivos Locais (APLs).

O que são APLs?

Os APLs são agrupamentos de empresas que têm por objetivo melhorar o desempenho produtivo, o que pode ajudar no desenvolvimento da economia regional. Desde 2004, o governo federal estimula e atua para que empresas do mesmo setor ou que fazem parte da mesma cadeia produtiva organizem, juntas, práticas de cooperação, interação e treinamento.

As empresas que fazem parte de APLs têm ganhos tanto em competitividade quanto em escala. Alguns APLs, por exemplo, dividem maquinário, outros organizam capacitação e também buscam suprir as necessidades de mercado em conjunto. Além disso, a organização traz outras vantagens, como mais facilidade em organizar treinamento e capacitação de mão de obra e os custos podem ser divididos.

   Para fazer parte de um APL, a empresa precisa estar situada na área de atuação do arranjo.  A integração ao grupo é feita mediante análise por instituições públicas ou privadas que são as gestoras regionais dos APLs.

Não foi possível encontrar dados mais recentes, mas, informações da Secretaria de Desenvolvimento da Produção (SDP) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que, no final de 2015, existiam, no Brasil, 677 arranjos produtivos locais (APLs), presentes em 2.175 municípios, responsáveis por mais de 3 milhões de empregos diretos em 59 setores da economia brasileira. Ou seja, uma aposta viável sob o ponto de vista econômico e ambiental.

Este ano, em maio, a Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade Industrial (SDCI) do MDIC promoveu reunião plenária do Grupo de Trabalho Permanente (GTP) para Arranjos Produtivos Locais (APL). No encontro, representantes do governo e do setor privado debateram, entre outros assuntos, os desafios e oportunidades para o desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais (APLs).

Como apontado pela ‎Coordenadora-Geral de Arranjos Produtivos Locais do MDIC, Gabriela Maretto, o ministério têm apoiado o crescimento dos APLs por meio do Brasil Mais Produtivo (B+P). O programa oferece consultoria especializada a indústrias de pequeno e médio porte, como foco na redução dos desperdícios mais comuns que ocorrem no processo produtivo. As empresas que participam do Brasil Mais Produtivo têm registrado aumento de produtividade em mais de 50%. Em abril, foi lançada a expansão do programa, que tem foco em eficiência energética e tecnologia.

Na região, por enquanto, os APLs não têm destaque, mas, já há ações voltadas para o desenvolvimento sustentável da economia em um setor que nunca perde a força: o setor rural. Termina no final do mês de agosto o período de entrega dos Planos Plurianuais (PPA) dos municípios, e, seria importante se nele já houvesse espaço no orçamento para os APLs na Costa das Baleias, uma maneira de incentivar ainda mais o desenvolvimento sustentável e fomentar a união entre pares, saindo todos fortalecidos para superar o momento de crise política e econômica que assola o Brasil.

   Segundo Jerônimo Rodrigues, secretário estadual de Desenvolvimento Rural da Bahia, “estamos em um período onde o executivo municipal encaminha até o final do mês de agosto a proposta de PPA que entrará em vigor a partir de janeiro de 2018 até dezembro de 2021. É neste momento que o município precisa efervescer um debate porque é no PPA que tem proposta orçamentária que cuidará de forma exemplar e necessária da educação, da cultura e do lazer, também deverá cuidar do tema da agricultura familiar, da reforma agrária, de custeio e investimentos”.


Foco no Poder

Edição Bell Kojima/Repórter Coragem



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