Bahia

‘Eles vão ter que pagar’, diz irmão de gari baleado em blitz por guarda municipal

18/05/2016 - 09h56

Bruno Conceição

Familiares do gari Bruno Conceição (25 anos), baleado durante uma blitz realizada da Guarda Municipal, na Avenida Bonocô, reprovaram a atitude dos servidores.

Eles trataram meu irmão muito mal, como se fosse um marginal. Eles não poderiam ter atirado em um pai de família“, disse o irmão de Bruno, o promotor de vendas Alzemir Santos.

Ele está aqui com o braço pendurado, morrendo de dor, pensando nos filhos. Eles vão ter que pagar, não era para ter baleado um pai de família, com a intenção de matar, isso não é o trabalho de guarda municipal“, criticou Alzenir.

A mãe de Bruno, a cozinheira Maria Isabel Conceição (50), também não se conforma com a ação da Guarda.

Eles podiam ter matado meu filho. Como é que eu ia ficar?“, afirmou enquanto aguarda, emocionada, o início da cirurgia pela qual o filho vai passar no HGE (Hospital Geral do Estado).

Bruno, que mora em Jaguaripe, em Cajazeiras, tinha acabado de deixar o trabalho, na Barra, e ia para casa quando passou pela blitz, próximo ao Dique do Tororó. Como estava com a documentação da moto em atraso, ele furou o bloqueio da Guarda Municipal, com medo de ter o veículo apreendido. Bruno trabalha como gari na empresa Revita, segundo parentes.

Segundo o irmão, quando Bruno avançou a blitz, os guardas municipais começaram a atirar.

Ele estava com a farda ainda e de capacete, e quando ele seguiu com a moto, atiraram nele. Ele parou quando o braço não reagiu mais, depois que ele foi atingido“, contou.

O medo de Bruno era não ter dinheiro para retirar a moto após a apreensão. A moto e a documentação de Bruno acabaram apreendidas.

Já a esposa de Bruno, a atendente Andreza de Lima, 22, contou que ele se assustou quando viu a blitz.

Ele me disse que tomou um susto quando viu a  blitz, e avançou. Depois ele disse que ia parar quando já começaram a atirar“, relatou.

O gari está esperando ainda para fazer uma cirurgia.

Ele só faz chorar, não consegue nem falar mais direito, sentindo muita dor“, contou.

Ele foi socorrido por uma viatura da própria Guarda, para o HGE, onde ainda aguarda para fazer uma cirurgia. Segundo a Sesab (Secretaria Estadual de Saúde), o estado de saúde é considerado estável. Ele passou por uma série de avaliações médicas que recomendou o procedimento cirúrgico.

A Guarda Municipal foi procurada no início da manhã e se posicionou através de nota, afirmando que Bruno estava em alta velocidade e dirigia uma moto em situação irregular.

Procurada a Revita ficou de se posicionar sobre o caso.



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