Índios Maxakali abandonados à própria sorte em Itanhém e Teixeira de Freitas
Parece não haver dúvidas de que índios da Tribo Maxakali foram abandonados à própria sorte depois que “homens brancos” invadiram suas terras, destruindo matas e rios. Sem peixes, aves e território definitivo os últimos remanescentes das tribos indígenas que habitavam Minas Gerais, visitam com muita frequência cidades como Itanhém e Teixeira de Freitas.
As visitas são inoportunas porque os índios não vêm à procura de recursos que não conseguem obter em suas aldeias, mas para pedir esmolas e, principalmente, comprar cachaça.
Há registro de violência praticada por índios contra a população das cidades, como pequenos furtos de celulares e outros objetos. Mas, quando migram para as cidades os índios também ficam expostos à violência urbana e até às drogas.
Depois do massacre, no final do século XVIII e no início do século XIX, de acordo com estudo do Grupo de Escoteiros Maxakali de São Paulo, o povo Maxakali fixou-se no Vale do Jequitinhonha, no extremo Nordeste do Estado de Minas Gerais, justamente na divisa com o extremo sul da Bahia. Por volta de 1921 os Maxakali estimavam-se em cerca de 1.000 integrantes, divididos em quatro grupos distintos na época em que um certo Joaquim Fagundes, que se autodenominava “amansador dos índios”, vendeu muitas terras indígenas.
Os “novos donos” das terras derrubaram as florestas a fim de prover pastagens para o gado.
Com isso, os índios perderam o seu meio tradicional de subsistência.
Dois desses grupos estão bem próximos à cidade de Itanhém: Pradinho, no município de Bertópolis e Água Boa, em Santa Helena de Minas. São membros dessas duas aldeias que frequentam cidades do extremo sul da Bahia, onde se embriagam e se amontoam geralmente em praças, mercados e terminais rodoviários.
Atualmente, reduzidos a algumas dezenas, não se sabe ao certo quem mais contribuiu para o desastre dessa comunidade indígena, se as epidemias de varíola e sarampo na década de 1940, o “amansador dos índios” ou o descaso das autoridades.
Edelvânio Pinheiro/Água Preta News