Moradores de Lajedão sofrem com a falta d’água

A falta d’água que castiga a nossa região há alguns meses devido a falta de chuva tem causado prejuízos e transtornos tanto para proprietários de fazendas como para moradores da zona urbana, como é o caso dos moradores da cidade de Lajedão, no extremo sul da Bahia.

A falta de chuvas regulares e o sol inclemente que castiga a região desde o ano passado secou mananciais e nascentes e para sobreviver o ser humano está tendo que se adaptar a realidade do momento, muitas vezes tendo que virar malabaristas para conseguir um pouco do liquido tão precioso e essencial a vida que é a água.

Com uma população em torno de 5 mil habitantes, o município não dispõe de grandes rios e os mananciais e nascentes que abastecem a cidade estão secas o que tem causando grandes transtornos, tanto para a administração pública quanto para os moradores.

Para amenizar a situação, a prefeitura municipal mantém uma caixa d’água  com capacidade de cinco mil litros que a população usa para as suas necessidades diárias. A Embasa que fornece água para a cidade alega que não tem recursos e que os poços estão secos.

Até pouco tempo atrás o órgão abastecia a cidade com um caminhão pipa que trazia água do vizinho município de Medeiros Neto, mais como o pagamento não foi feito a pessoa que abastecia a cidade parou o fornecimento, o que complicou ainda mais a vida dos moradores.

Os moradores reclamam:

“Tá muito ruim, tem mais de dois meses que não cai água nas torneiras lá de casa, é esse sofrimento todo dia, venho duas vezes por dia buscar água na caixa e se não tivesse isso aqui nem sei o que estaríamos fazendo” desabafa dona Zenita de Jesus de Souza, com o carrinho de mão carregado de galões d’água.

Na cidade existe uma pessoa que possui um poço artesiano e que fornece água aos moradores, mais para adquirir mil litros a pessoa tem que desembolsar R$ 30 e segundo a dona de casa a senhora Lucinda, nem sempre eles tem o dinheiro para comprar a água e o que ajuda mesmo é a caixa mantida pela prefeitura.

“Na minha casa tem mais de 20 dias que não cai uma gota d’água, a Embasa é uma empresa do governo que não resolve, quando a gente vai lá a resposta é a mesma – os poços estão secos -, mais a conta vem todo mês” , desabafou dona Lucinda de 58 anos que transporta cem litros de água no carinho de mão duas vezes ao dia.

Gilberto também reclamou e disse que os banhos são na base do caneco e que não vê a hora de poder tomar um banho de chuveiro “26 dias que não cai água e a Embasa diz que não tem jeito, não tem recurso, diz que tá tomando providência mais tá demorando, não sei o que seria de nós não fosse essa caixa d’água” disse Gilberto.

No local as filas são de crianças até idosos, todos procuram garantir um pouco do líquido como podem, carrinhos de mão, bicicleta, automóveis e até mesmo nos braços, os moradores se viram como podem, é o caso do adolescente Anderson de 15 anos que carregado de garrafas Pet leva água para ajudar a avó.

E assim, enquanto as chuvas não chegam para abastecer as reservas naturais de água do município, o povo vai sofrendo e sobrevivendo como pode em Lajedão.

Bahia Extremo Sul