Bahia

Rosselito Bonadiman vence ‘1º Concurso Regional Conilon de Qualidade’ na 35ª Expô/Teixeira

21/10/2017 - 10h30

Encerrando o circulo de palestras durante a 35ª Expô/Teixeira, a tarde desta sexta feira (20) , foi dedicada a Cafeicultura, tendo sido proferidas 3 palestras e finalizado as 17h, com a cerimonia de encerramento ‘1º Concurso Conilon de Qualidade‘.

Foi discutido durante a tarde os seguintes temas:

  • Estratégia de Comercialização de Café (Hortélio Fernandes);

  • Materiais Genéticos de Café Conilon (Alison Scalfoni – Coogabriel);

  • Qualidade e Sustentabilidade na Cafeicultura (Pedro Malta Campos – Nestlé).

O concurso teve vários premiados nas diversas categorias do café Conilon, mas o destaque foi para Rosselito Bonadiman que venceu o concurso arrebatando o primeiro lugar em qualidade de acordo com julgamento de degustadores profissionais. Rosselito emocionado concedeu uma entrevista exclusiva à impressa, que vem defendendo de forma ostensiva a bandeira do Agronegócio.

   Para o secretário de Agricultura, Dori Neves, que foi o responsável pela organização das diversas palestras durante os 3 dias, “a Cafeicultura poderá ser o carro chefe da economia regional, não só como geradora de riquezas, mas principalmente como distribuidora de renda e geração de empregos, e tem um fator importante que é a fixação do homem no campo. Para que isso possa acontecer é necessário o poder público fazer o dever de casa, que é levar ao homem do campo as condições necessárias para ter uma vida mais digna“.

Segundo Dori, o poder público pode interferir de diversas formas: conservando as estradas, arando as terras dos pequenos produtores, levando energia, escolas, postos de saúde nas pequenas comunidades, distribuindo mudas e dando assistência técnica para melhorar a produtividade das diversas culturas.

   A agricultura familiar, por exemplo, tem ganhado muita força na região, e nós temos feito a nossa parte agilizando a aquisição dos produtos através do programa do governo federal que é o PAA e fazendo a distribuição desses alimentos para as entidades filantrópicas, por sinal é o único município da região que está com o programa ativo.

Segundo Rosselito Bonadiman que é considerado um produtor médio e tem um plantio consorciado de café com fruticultura, e madeira, em uma propriedade com 90 hectares produtivos, perto de Teixeira de Freitas a 6 km do Centro da cidade, ele aplaudiu a iniciativa do poder público que finalmente está dando apoio ao agricultor e incentivando a produção agrícola, promovendo esse tipo de eventos na região e também procurando enxergar além da porteira.

   Para Rosselito o concurso que foi promovido “é de suma importância na valorização do produtor e incentiva melhorar cada vez mais a qualidade do café, validando uma marca de café criando uma identidade para o Extremo Sul como produtora de café de qualidade e não apenas para dizer que produzimos café“.

Rosselito além de produzir um café de qualidade, também vem alcançando um alto índice de produtividade, ou seja produzir mais na mesma quantidade de terra. Para isso acontecer é preciso ter profissionalismo, e o café precisa ser cuidado com o mesmo carinho que se cuida de um filho. No Espirito Santo aonde se produz mais café Conilon no Brasil a produção lá atinge em média 25 sacas por hectare, aqui os produtores estão alcançando o dobro, e até mesmo 70 a 80 sacas por hectare, o que se torna um excelente negócio.

Na sua propriedade Rosselito gera em média de 2 a 3 empregos permanentes por hectare, e na época da colheita esse número dobra, mas isso porque ele usa máquinas para ajudar na colheita, se não fosse utilizar máquina o número seria de até 4 vezes mais, ele já chegou a empregar durante a colheita 220 pessoas durante 3 meses, nesse período o catador de café pode ganhar até 3 salários por mês.

Outra grande vantagem da cultura do café é que se pode praticar outras culturas como a banana e o mamão, por exemplo, mas se pode também ter a produção de madeira como eucalipto, no caso de Rosselito ele tem o plantio de madeira nobre como o cedro que leva maior tempo para produzir mas é uma poupança de alta rentabilidade, além de fornecer sombreamento diminui a temperatura no cafezal.

Dentro do seu otimismo o produtor que tem sua origem no Espirito Santo de uma família produtora de café há mais de 100 anos, ele acredita que o Extremo Sul da Bahia dentro de pouco tempo pode superar a produção de café do Espírito Santo, que hoje produz de 5 a 6 milhões de sacas por ano, devido a crise hídrica, pois já produziu até 10 milhões de sacas, enquanto a Bahia já está produzindo 2 milhões de sacas, e vem crescendo com a migração dos capixabas para a região e com isso vai aumentar a produção rapidamente.

   Outro aspecto importante do concurso é a melhoria da qualidade do café para que possa ser consumido sem precisar fazer a liga com o café arábica e com isso diminui o custo para o consumidor, o café por ser mais barato e produz mais por hectare do que o café arábica.

Como o café Conilon é consumido mais no Brasil, quando se tem um café de sabor menos forte vai aumentar o consumo e também certamente vai assegurar um preço melhor, com isso vai incentivar se produzir mais café que é uma moeda forte, pois pode ser guardado para ser comercializado na melhor oportunidade. Além do mais, a cafeicultura ativa outros setores da economia, como a venda de máquinas agrícolas e insumos, com isso aquece a economia da região.

Rosselito encerrou a sua entrevista falando da sua emoção em ver que seu trabalho ao longo de 20 anos ser reconhecido e valorizado e agradeceu o poder público através da prefeitura que está dando todo apoio para valorizar a atividade do homem no campo.


Dilvan Coelho/Foco no Poder

Edição Bell Kojima



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