Bahia

Sem lâmpadas nos postes, exames ou remédios, prefeitura de Itamaraju contrata show de Michel Teló por R$ 200 mil

25/05/2017 - 20h53

As festividades juninas  são de extrema importância para os estados do Nordeste, sendo responsáveis pela geração de emprego e renda nas cidades onde a tradição é mantida. Em Itamaraju não é diferente, além da rede hoteleira, o comerceio varejista e de serviços tem grandes volumes de vendas computados nesses períodos festivos.

No entanto, apesar dos pontos positivos do evento, assim como em outros anos, em 2017 o MP-BA (Ministério Público do Estado da Bahia) promete atuar na fiscalização dos recursos investidos nessas festas. Nos próximos dias, o MP-BA deve encaminhar recomendações às prefeituras, cobrando que elas não gastem mais do que podem.

   “O que se busca não é coibir as festas, mas fazer com que elas ocorram dentro do razoável. Os festejos de São João são tradicionais, tem um valor cultural, e o MP não quer que isso seja desprezado. A questão é que eles venham acontecer e causem prejuízo ao patrimônio público”, disse o promotor Luciano Ghignone.

Após o anuncio das atrações e o vazamento dos custos das mesmas, o prefeito Marcelo Angênica foi alvo de uma enxurrada de críticas de internautas que questionaram o alto valor pago ao cantor Michel Teló. Segundo a publicação do Diário Oficial de Itamaraju, o cantor irá receber R$ 200 mil para uma apresentação de pouco mais de uma hora.

Queixas da população

Nas redes sociais é possível encontrar diversas queixas em relação à precariedade na prestação de serviços básicos.

Um internauta questionou:

   “E o hospital sem papel higiênico.

Outro indagou o alto custo do show:

   “Com essa crise? Eu não estou acreditando.

Ainda é possível encontrar várias outras publicações que afirmam existir lâmpadas queimadas em toda a cidade, faltar materiais nos consultórios odontológicos, falta de medicamentos e materiais básicos, e até falta de linha para sutura em cirurgias, lençóis nos leitos e até álcool para esterilização.

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Pão e Circo

Atolado em denúncias de corrupção já nos seus primeiros meses de governo, o prefeito Marcelo Angênica tenta utilizar a tática Romana do “Pão e Circo” para desviar o foco e amenizar a crise na sua gestão.

Baseando-se no que escreveu Jérôme Carcopino, em sua obra “A vida cotidiana: Roma no apogeu do Império”, onde o escritor argumenta que a plebe romana era controlada por meio de lazeres e diversão, para que assim não tivesse tempo livre para pensar em revoltas contra os Imperadores, Angênica parece acreditar que terá um mês tranquilo, mesmo diante de tantas irregularidades já denunciadas e que abalaram a credibilidade de sua gestão.


Edição Bell Kojima/Repórter Coragem



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